terça-feira, 26 de junho de 2012

O NÓ DA VIOLÊNCIA


NO CANTO DAQUELA CALÇADA

TEM SEMPRE UM LIXO

LIXO ABANDONADO QUE MECHE

E REMECHE COM O LUXO QUE A OSTENTA

CALÇADA DESCALÇA DE RESPEITO

CALÇADA DE OLHARES CEGOS

QUE NÃO QUEREM VER

O ENTULHO QUE JOGAMOS FORA

FINGINDO NÃO SER NOSSO

LIXO QUE FEDE A ALIENAÇÃO

DE NOSSA PSEUDO CONSCIÊNCIA

QUE PRECISA SER RECICLADA.




O NÓ DA VIOLÊNCIA


  Já atendi inúmeros clientes violentos ou vítimas da violência, no entanto, a história que vou contar é, com certeza, uma história bem conhecida – “a nossa história.”

A criança que rouba a nossa bolsa ...

O adolescente que atira e mata...

O traficante que usa o menor para o crime...

O corrupto de “colarinho branco” que rouba a nossa nação...

O vandalismo que golpeia a nossa cidade...

As gangues que ferem toda e qualquer diversão...

A guerra civil fantasiada de problema social...

As autoridades que nos ameaçam muito mais do que nos protegem...

As verdadeiras autoridades desautorizadas e ameaçadas...

As leis que punem apenas os mais fracos...

A máfia que dita as leis...

As balas perdidas...

O terrorismo que parecia tão distante...

O psicopata que mora ao lado...

Os pais que espancam ou abandonam seus filhos...

Os filhos que agridem seus pais...

Os casais que se destroem mutuamente...

Os amigos que nos passam para trás...

Os profissionais que nos tratam como mercadorias...

O usuário de droga que finge não colaborar com o tráfico...

O ser humano tratando a natureza como objeto...

E, muitos de nós que ainda finge não fazer parte desta história...

Será que não temos mesmo nada haver com isto?


Quando é que vamos cair na real? Lemos as más notícias no jornal ou as assistimos nos telejornais como se fossem apenas uma tragédia do outro. Entretanto, sentimos esta onda de violência cada vez mais perto de nós. Sentimos desprotegidos, desamparados e ameaçados a todo o instante. O que faremos para mudar isto?

Deixar de ler e assistir jornais para desconectar-se desta cruel realidade?

Reclamar com nossos familiares e vizinhos?

Levar este conflito para a terapia?

Votar em branco?

Comprar um carro blindado?

Colocar vidro escuro no carro?

Não reagir ao assalto?

Andar com colete à prova de bala?

Deitar no chão num tiroteio?

Evitar frequentar ou passar por lugares ditos perigosos?

Desconfiar de todo mundo?

Andar com pouco dinheiro na bolsa?

Colocar alarme e cerca elétrica em casa?

Morar em condomínios ou em ruas protegidas por seguranças?

Rezar?

Andar armado e fazer justiça com as próprias mãos?

Contratar um segurança?

Fazer um bom seguro?

Não andar sozinho?

Morar num lugar bem tranquilo onde a violência não tenha chegado ainda?

Mudar para o exterior?

Não sair de casa?

Não participar de festas ou eventos sociais?

Reivindicar das autoridades mais policiamento nas ruas?

Não demonstrar ostentação?

Comprar um terreno na lua ou em outro planeta?


Será que tudo isto resolve o problema ou apenas previne alguns incidentes? Prevenir já é um bom passo, mas prevenções inócuas só tampam o sol com a peneira.  Se a humanidade deseja merecer a paz deverá, primeiro, aprender a se doar um pouco mais. Todo merecimento tem por trás dele uma doação anteriormente ofertada. O que a humanidade tem doado ao mundo?  Desrespeito, com certeza.

Nem sempre está ao nosso lado ou mora debaixo de nosso teto as pessoas que passam fome, as que não tem acesso a educação, as que morrem numa guerra sem sentido, a vítima da violência ou de uma bala perdida, a criança que morre de fome, o indigente, o desempregado, o doente sem atendimento médico, enfim os oprimidos e desafortunados. Nem sempre o nosso jardim lembra uma área de desmatamento e a água que a gente bebe e usa fede esgoto. A gente sabe que tudo isto existe, mas não convivemos e enxergamos, de fato, esta realidade. Como diz o ditado — “Aquilo que os olhos não veem o coração não sente”. E, se sentíssemos tudo isto na pele? Será que nossos olhos ficariam mais abertos? Será que conscientizaríamos que este universo de problemas e desequilíbrios são criados por todos nós? O que esta infinidade de pessoas violentadas e sem direito a uma perspectiva digna de vida devem sentir e desejar? Onde estão firmados os direitos de todas elas? Com certeza, num livro chamado de Constituição que, no entanto, não constitui o dia a dia delas, ou o nosso dia a dia, por assim dizer. A revolta é o único direito que nos sobra, mesmo que internalizada e transformada em doença. Doentes, formamos uma sociedade doente. A nossa revolta não semeia a paz, a nossa revolta semeia a violência e é justamente isto que estamos colhendo a todo instante.

Só uma mudança de consciência será capaz de mudar este cenário. Somos imediatistas, contudo, uma mudança de consciência não ocorre de um dia para o outro. Inúmeros mestres já pregaram esta mudança a milhares de anos atrás. Quantos passos conseguimos dar? Alguns, talvez, mas poucos, não o suficiente para construirmos um mundo equilibrado e saudável.  

Violentamos não só o ser humano; violentamos a natureza, enfim, tudo que nos cerca. Tratamos a natureza como um objeto e não como sujeito neste universo que abarca infinitas espécies, todas elas indispensáveis ao equilíbrio do todo. No entanto, o ser humano não se sente parte; sente-se o Todo Poderoso. Se rebela, a todo momento, contra a lei universal. A natureza resolveu também se rebelar frente a violência humana e nem assim grandes nações responsáveis por esta violência se conscientizam da necessidade de uma mudança. O discurso que ainda prevalece é: “Daqui a dois, cinco, dez anos a gente conversa melhor sobre este assunto”. E assim, os grandes líderes vão arrastando o problema para as gerações futuras resolverem. Ou, bem próximo de todos nós, ouvimos na roda de amigos: “Concordamos que o problema é sério, mas não podemos fazer nada para mudar a situação”. “Sou um grão de areia neste universo de problemas. A minha ação não mudaria nada”. 

        Não podemos ou não queremos agir para mudar este cenário?  Muito dinheiro deixaria de ser arrecadado por aqueles que agridem o mundo e a vida. Infelizmente, grande parte da humanidade não possui a mínima consciência daquilo que está realmente perdendo em prol das migalhas que ganha para alimentar uma pseudo vida calcada no “ter” a qualquer custo. Queremos dinheiro e poder, todavia, não percebemos que perdemos a cada dia o direito a vida.

Somos, outrora, comodistas e não atentamos ainda para o incômodo e mal estar que nos aguarda. Enclausurados pela avareza, pela inércia e pelo comodismo , roubamos do resto do mundo o direito ao paraíso que nos foi ofertado.  Não adianta culparmos os asquerosos homens do poder, se a população mundial continuar sendo conivente com estas posturas insanas. Com atitudes inconsequentes, vamos construindo o nosso inferno e o das gerações futuras. Há quem diga agora: “Eu não estarei aqui mesmo para ver!” E, eu fico a pensar: “Estão cegos mesmo”. Vivemos uma cegueira coletiva. Dói enxergar esta bagunça e toda sujeira que espalhamos em nossos podres festejos em prol de uma satisfação individualista que não leve em conta a insatisfação da maioria. Esta festa, ou melhor, esta orgia que nos embriaga com a perigosa e intoxicante consciência separatista,  já vem nos trazendo uma ressaca e um mal estar significativo. Entretanto, ainda assim, preferimos curar a nossa ressaca com os nossos recursos paliativos do que preveni-la. Sem prevenção a doença há de reinar. No reino da doença, o caminho certeiro é a morte da harmonia e do equilíbrio.

Como os grandes problemas poderão ser compreendidos num mundo carente de empatia? A compreensão de tudo que se passa é o primeiro passo para uma ação transformadora. Neste mundo capitalista há um grande entendimento das questões financeiras e pouca compreensão das questões humanitárias. Se faz muito pelos problemas econômicos e quase nada pelos problemas sociais e ecológicos. Deixamos de fazer parte de uma sociedade para sermos apenas mais um produto no mercado. Quando passamos a ter um preço, deixamos automaticamente de ter valor. No entanto, podemos valorizar mais o nosso sentido de “Ser”— Ser, sobretudo, um Ser Humano que faz a diferença num mundo demarcado pela indiferença.

Se estamos condenados pelos mais fortes e pelos inconsequentes a sofrer, o que eu, frágil e desvalorizado ser humano poderei fazer? A história abaixo lhe dará esta resposta.



A força dos fracos



Numa linda floresta habitada por um incontável número de animais e espécies, havia apenas um leão que comandava e ditava as regras. Pode parecer injusto, mas esta era a lei que  perdurava ali por milhares de anos. O poder dos leões era repassado de geração para geração e os outros animais não ousavam desafia-los ou contesta-los, pois se julgavam mais fracos e impotentes para mudar o rumo daquela história. Bom, nem todos! Em algum lugar e em algum momento sempre nasce alguém disposto a mudar a história e foi justamente isto que aconteceu nesta floresta.

Uma frágil lebre, alimento apreciado pelos leões, resolveu se rebelar. Tem gente que não acredita numa revolução sem armas. Ela também não acreditava, no entanto, a arma que  utilizava era a sua inteligência.  Portadora de sagacidade e sabedoria, resolveu travar uma revolta inteligente. Sabia que era mais frágil em termos de força física e ao contrário dos leões, não apreciava, nem um pouco, o derramamento de sangue. Quantas batalhas sangrentas foram vencidas por eles? Inúmeras, talvez todas, pois violência era o que eles mais apreciavam. A quantidade de prazer que ganhavam com estas guerras era proporcional  à quantidade de poder e dinheiro que grandes nações ganham com as suas. Era necessária uma estratégia inteligente que pudesse mover um exército de aliados à sua causa. A mais poderosa arma que possuía era a sua consciência e foi, justamente, com ela que resolveu lutar. Sabia que não seria uma missão fácil ter que armar uma enorme população com a consciência de que a mudança era necessária. Não desistiu, apesar do longo tempo necessário para executar o seu plano e das dificuldades encontradas. Sem imediatismo, atraiu adeptos e simpatizantes que pudessem ajudá-la a aumentar a força de um exército inicialmente formado apenas pelo seu desejo de mudança .

Sem que os leões se dessem conta, este exército foi crescendo e já não suportava mais a opressão. Mas, ainda assim o trono permanecia inalterado – os leões continuavam ditando as regras. Contudo, a visão agora era diferente e o lema predominante para a maioria das espécies era: “Direito e deveres para todos”! Toda vez que mudamos os nossos paradigmas, ganhamos uma nova chance de conquistarmos mais respeito. Este novo exército não possuía força física para vencer os leões, mas já haviam adquirido uma poderosa arma – “O verdadeiro desejo de mudança e o respeito por si mesmo”. Cada membro, ansioso por uma renovação, se dispunha, dia após dia, a fazer este trabalho de conscientização, o que agilizava a disseminação dos novos ideais. Apesar das mudanças não acontecerem no ritmo que a grande maioria das espécies ansiava, a lebre ficava satisfeita, pois, anteriormente, a grande maioria era acomodada e resignada a uma realidade injusta ditada pelos poderosos leões e agora já não concordavam mais com as regras estabelecidas por estes. Já velha, faleceu sem assistir a derrota dos leões. Entretanto, os seus ideais eternizaram-se não só no coração das lebres, mas, sobretudo em cada espécie daquela floresta.

 Dezenas de anos depois, uma lebrezinha perguntou ao avô:

—É verdade que esta floresta já foi comandada apenas pelos leões?

—Sim, é verdade. Respondeu o avô.

—Como foi possível uma só espécie reinar num habitat que é de todos? Perguntou a lebrezinha sem entender.

—Faltava consciência à maioria. Respondeu o avô relembrando as histórias que ouvira também do seu avô no passado.

—Vovô, como alguém pode viver sem consciência? Viver sem consciência é como viver sem água e sem comida. Aliás, a falta dela pode ser uma perigosa ameaça à nossa sobrevivência. Já ouvi contar várias histórias que tanto a água quanto o alimento acabaram em certas florestas pela falta de consciência da população que nela residia.

—Levamos muitos anos para formar lebres como você. No passado, a maioria se contentava com muito pouco. Dotados de uma pseudo consciência, acreditavam que os leões eram os únicos donos do poder.

—Quer dizer que o poder não era compartilhado? Perguntou a lebrezinha perplexa.

—Além de não ser compartilhado, tinha um sentido completamente diferente do que damos a ele hoje. Poder não era esta força comum a todos e compartilhada visando transformar o mundo num lugar melhor para todos. Poder era uma força egocêntrica visando apenas proveito próprio, no sentido de transformar o mundo num lugar bom apenas para si mesmo. Explicou o avô.

—Não consigo entender como um mundo assim pode ter dado certo.

—Mas, ele nunca deu certo. As gerações passadas assistiram com sofrimento a falência gradativa deste mundo que dotava de poder apenas os mais fortes fisicamente.

—Mas, como é que a ordem deste mundo mudou e chegou naquilo que vivemos hoje? Perguntou o neto repleto de curiosidade.

—Dizem que houve um momento que nasceu uma lebre assim como você. Uma lebre que pensava diferente de todas as espécies daquela época. Ela acreditou que suas ideias renovadoras pudessem transformar o mundo. Era paciente, sabia que tanto ela quanto seus filhos de sangue não poderiam usufruir das mudanças pelas quais tanto lutou, no entanto, tinha plena convicção que seus filhos de ideais seriam beneficiados no futuro.

—Filhos de ideais ?... Não entendi.

—Meus pais, eu, você e muitos outros somos filhos de ideais desta lebre. Não temos o mesmo sangue dela, mas temos os mesmos ideais, os mesmos sonhos, o mesmo compromisso e responsabilidade perante o mundo. O corpo daquela lebre faleceu a dezenas de anos atrás, mas ela continua viva dentro de todos nós. Explicou o avô.

—É como se ela tivesse se eternizado? Perguntou o neto.

—Exatamente. A eternidade só existe para quem se permite transcender o momento presente. É por isso que os egocêntricos temem tanto a morte. Só vivem para eles próprios, usufruindo apenas o agora, o que os impedem de deixar a centelha de vida deles dentro dos outros. Agindo assim, quando morrem, desaparecem, nada que seja deles permanece. Antigamente, havia muitos seres egocêntricos. Os leões foram os mais conhecidos. Avantajados pela força física que possuíam, usaram este poder para destruir e não para construir um mundo melhor. Todo reinado injusto tem um fim. Sempre foi assim e sempre será. Esta lei não falha.

—Que lei? Perguntou o neto confuso.

—A lei da justiça divina.  Respondeu o avô com convicção.

—Pois eu não acredito nesta lei. Como Deus pode deixar tantos seres sofrerem por dezenas, às vezes, milhares de anos, sem mover uma palha para mudar o cenário? Questionou o neto.

—Deus não muda nada. Ele não é um ser único que toma uma decisão e sai exterminando as espécies mais frágeis num momento e as mais injustas em outro. Deus é onipresente. Está em tudo e em todos. Quem muda somos nós ou a própria natureza. A justiça divina existe dentro de todos nós. Às vezes, nos acomodamos e não exercemos esta justiça em prol de nós mesmos e dos outros. Às vezes, a própria natureza se cansa dos desequilíbrios que causamos e traz a sua ordem de volta. Quantas catástrofes aconteceram numa tentativa da natureza romper com a injustiça que vinha sofrendo. Nestas situações, o aparente desequilíbrio é uma forma de trazer o equilíbrio e a harmonia de volta... Refletiu o avô.

—Vovô, você falou que todo reinado injusto tem um fim, e os reinados justos? Eles também possuem um fim?

—Os justos não reinam. Os justos compartilham e administram o poder que pertence a todos. Um justo nunca está sozinho, está sempre com todos. Um justo nunca quer ser o único, quer parcerias. Um justo não quer dominar, quer apenas doar a sua sabedoria e estará sempre junto de outros justos que possuem o mesmo fim. Agindo assim, o equilíbrio se opera e dificilmente alguém desejará rompe-lo, pois todos estão sendo beneficiados. Esclareceu o avô.

—Pelo que entendi, o mundo já foi totalmente diferente daquilo que vivemos hoje. Me parece ter sido muito injusto e dominado pelos leões que hoje são tão sábios e amigos. É difícil acreditar que no passado eles foram tão medíocres. Eles reinaram no mundo e a ignorância reinou sobre eles. Como eles perderam este poder anódino e esta ignorância?

O avô já estava cansado, mas gostava de contar esta história. Sabia que a compreensão da história é fundamental em todo processo de mudança e que a evolução da consciência se dá à partir de uma releitura constante de nosso processo histórico. Foi assim com ele e, decerto, seria com o neto. Nunca as gerações passadas abriram mão de repassar informações importantes para as gerações futuras. Os mais velhos possuíam uma sabedoria que deveria ser repassada, jamais contida. De posse desta responsabilidade, continuou:

—Depois de muita luta daquela lebrezinha que lhe falei, o desejo de mudança começou a operar em todos. Já firmado e garantido, o segundo passo deveria ser dado, pois não se muda a história apenas com desejos, mas com ações transformadoras.

Antes que o avô prosseguisse, o neto perguntou ansioso:

—Que ações foram estas?

—Assim que cada ser passou a reconhecer a autoridade dentro de si mesmo, ninguém mais reconheceu o autoritarismo dos leões como uma ordem a ser seguida. Desta forma, os leões perderam o comando. Inicialmente as espécies de considerável força física como os leões se propuseram a proteger fisicamente os mais fracos. Posteriormente, isto não foi mais necessário, pois todos descobriram que os leões jamais foram respeitados, apenas temidos. Sem admirá-los, eles perderam a auto-estima. Mal amados, foram se sentindo fracos e derrotados. Lentamente, alguns leões foram compreendendo que só seriam admirados e ouvidos se seguissem a nova lei da floresta: “Respeito, direito e deveres para todos”.

—Para quem foi transferido o reinado dos leões? Perguntou o neto.

—Para ninguém e para nenhuma espécie especificamente. Nenhum ato de fanatismo era permitido na nova ordem que se estabeleceu na floresta. Todas as espécies eram percebidas como portadoras de qualidades e defeitos, e o mais importante, como seres em processo de evolução. Ninguém era glorificado como um Deus ou eleito como o mais importante. Todos sabiam que esta atitude implicaria num retrocesso na história. Não era massacrando os leões ou transferindo o poder deles para outro ser glorificado como o mais forte e poderoso, que conseguiriam transformar aquela sociedade.

—É difícil acreditar que evoluímos tanto. Mensurou o neto.

—Não foi fácil chegar onde chegamos. Inicialmente, foi muito difícil criar uma ordem que pudesse contribuir para o bem estar de todos. Para fazer isso, alguns tiveram que abrir mão de certos privilégios. Só o processo de evolução da consciência pelo qual todos passaram permitiu isto. Encontraram conflitos, dificuldades, mas estas jamais serviram de entrave para seguir em frente. Seguiram e chegamos onde estamos hoje. Finalizou o avô abraçando seu neto com a nítida satisfação de ter sido também parte integrante desta história. Ganhou um largo sorriso do neto que parecia dizer a mesma coisa.

Talvez não tenha ficado claro e você esteja agora se perguntando como era exatamente a nova ordem que se estabeleceu naquela comunidade. Deixo a cargo da sua imaginação construí-la. Precisamos mudar a ordem deste mundo confuso e injusto que estamos vivendo. A sua imaginação, as suas ideias, os seus sonhos e ideais podem ser o primeiro passo. Juntando o seu, com o meu e com o nosso, com certeza haveremos de construir algo diferente de tudo que estamos vendo e nos oprimindo tanto.

O vovô da história já falou e eu sou vou repetir para você não esquecer: “ A justiça divina está dentro de você, portanto, só poderá ser exercida se você permitir”.




ESPAÇO DE REFLEXÃO



Somos todos agredidos, mas não precisamos ser os agressores. Deixar de adotar as atitudes abaixo, já é um grande passo para quem deseja fazer alguma coisa em prol de si mesmo e da humanidade.



(  ) Nunca participei ou colaborei com nenhum movimento em prol da paz

(  ) Nunca participei ou colaborei com nenhum movimento em prol da preservação da  natureza

(  ) Voto por interesse próprio sem pensar nos interesses da comunidade

(  ) Quando ajo ilegalmente, adoto o famoso discurso: “Todo mundo age assim!”.

(  ) Poluo o ambiente

(  ) Contribuo com o contrabando de mercadorias ilegais

(  ) Sou traficante ou usuário de drogas

(  ) Não me sensibilizo mais ao ver tanta miséria

(  ) Sou extremamente consumista

(  ) Adquiro produtos fabricados à partir da matança de animais

(  ) Mato animais ou contribuo para a morte deles

(  ) Agrido verbal ou fisicamente as pessoas

(  ) Não sou solidário

(  ) Só penso em meus interesses e desejos pessoais

(  ) Não gasto nenhuma parte do meu dinheiro ou do meu tempo em obras a favor da    humanidade

         (  ) Não recolho o meu lixo quando usufruo de atividades ou passeios em contato com a natureza

(  ) Já me acostumei com os noticiários de guerra, violência, tragédias e fome. Eles não  me sensibilizam mais.

(  ) Não contribuo com a reciclagem de nenhum produto.

(  ) Roubo ou desvio dinheiro que deveria ser dirigido à comunidade para fins pessoais

(  ) Adoto sempre aquele discurso fatídico: “Não tem jeito”!

(  ) Desperdiço

(  ) Acho que os grandes problemas que a humanidade atravessa não são meus também

(  ) Compro armas ou contribuo com o comércio das mesmas

(  ) Me julgo superior e com isso, digno de privilégios

(  ) Banco sempre o espertinho

(  ) Tenho o hábito de subornar para não sair perdendo

(  ) Não me dou ao trabalho de conscientizar ninguém sobre as ações que poderiam  contribuir para resolver ou, no mínimo, reduzir os problemas da humanidade.

(  ) Não sei quais são os meus deveres como cidadão.

(  ) Não reivindico os meus direitos enquanto cidadão.

(  ) Não cumpro os meus deveres enquanto cidadão.

(  ) Sou preconceituoso

(  ) Não tenho o costume de me colocar no lugar do outro para compreender o seu sofrimento ou suas ações. Sou mais de julgar do que de compreender.

    


PARA QUE O MAL TRIUNFE, BASTA APENAS QUE OS HOMENS DE BEM CONTINUEM INATIVOS”

(Movimento contra a violência na praia de Copacabana em abril/2007)



DESAFIO


AJA!




















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