terça-feira, 27 de agosto de 2013

NÓ DA INGRATIDÃO

MAL AGRADECIDO

DIZEM QUE EU DEVERIA AGRADECER
MAS TÁ DIFÍCIL!
DEVERIA AGRADECER O SOL
MAS ELE DÁ CÂNCER DE PELE
AGRADECER O QUE MATA?
MELHOR ACENDER A LUZ
E ECONIMIZAR FILTRO SOLAR


DIZEM QUE EU DEVERIA AGRADECER
MAS TÁ DIFÍCIL!
DEVERIA AGRADECER A ÁGUA
QUE MESMO SENDO MUITA
 NÃO JORRA GRATUITA
AGRADECER O QUE PAGO?
MELHOR BOCA SECA DO QUE SEDE DE DINHEIRO


DIZEM QUE EU DEVERIA AGRADECER
MAS TÁ DIFÍCIL!
DEVERIA AGRADECER O AR QUE RESPIRO
MAS, CADÊ TEMPO PRA RESPIRAR?
AGRADECER O QUE TOMA MEU TEMPO?
TEMPO É DINHEIRO!
RESPIRAÇÃO; SÓ OXIGÊNIO


DIZEM QUE EU DEVERIA AGRADECER
MAS TÁ DIFÍCIL!
DEVERIA AGRADECER O AMOR
MAS A FALTA DELE ME FAZ SOFRER
AGRADECER A DOR?
MELHOR SOZINHO
 DO QUE MAL  ACOMPANHADO


DIZEM QUE EU DEVERIA AGRADECER
MAS TÁ DIFÍCIL!
DEVERIA AGRADECER A SAÚDE QUE TENHO
MAS TENHO PLANO DE SAÚDE PRA SER USADO
AGRADECER O DESPERDÍCIO?
MELHOR A DOENÇA
 PARA VALER À PENA O QUE PAGO


DIZEM QUE EU DEVERIA AGRADECER
MAS TÁ DIFÍCIL!
DEVERIA AGRADECER O ALIMENTO
MAS DÁ  TRABALHO PRA SER  PREPARADO
AGRADECER A BAGUNÇA NA COZINHA
E A CHATICE CULINÁRIA?
MELHOR AS PÍLULAS E AS BOMBAS PRA UM CORPO SARADO


DIZEM QUE EU DEVERIA AGRADECER
MAS TÁ DIFÍCIL!
DEVERIA AGRADECER ESTAR VIVO
MAS COMO GUIMARÃES ROSA MESMO DISSE:
 VIVER É MUITO COMPLICADO!
AGRADECER ESTE INFERNO TODO?
MELHOR O PARAÍSO DEPOIS DA MORTE


DIZEM QUE EU DEVERIA AGRADECER
MAS TÁ DIFÍCIL!
TÃO DIFÍCIL QUE EU PREFIRO NÃO AGRADECER
E AINDA DIZEM QUE SOU UM INGRATO
QUANDO SOU , NA VERDADE, UMA VÍTIMA
QUE RECEBE POUCO PELO MUITO QUE SE FAZ
QUE INGRATIDÃO!



O NÓ DA INGRATIDÃO


Sérvio sempre pediu muito e quase sempre teve da vida tudo aquilo que solicitou. Só não conseguia ter, de si mesmo, a gratidão que devia à vida. Era um homem extremamente insatisfeito. Sua satisfação era sempre momentânea, não durava mais que uma semana. Parecia aquela criança que deseja muito um brinquedinho e assim que ganha, se diverte um pouquinho, mas  logo em seguida se cansa, o abandona e passa a desejar um novo brinquedo num ciclo interminável que não cessa nunca.
Sérvio vivia lamentando o que não tinha, ou mais precisamente, o que não havia ainda ganhado de sua mãe vida por demais indulgente. A vida sempre fora muito generosa com Sérvio, mas ele nunca conseguia reconhecer isto. A sua falta de reconhecimento neste sentido, lhe rendeu uma grande depressão, já que estava sempre conectado com tudo que lhe faltava. Não dá para ser feliz e saudável numa incessante conexão com a falta.
Sérvio era um homem bonito, bem sucedido profissionalmente, tinha dinheiro, uma família relativamente bem estruturada. No entanto, encontrava sempre muitos motivos para lamentar uma beleza perdida, já que passara dos 50 anos e já não tinha mais a beleza de seus 20 anos de idade. Ao invés de encarar as dificuldades profissionais que surgiam como desafios para o seu crescimento, maldizia todas elas. Sentia-se, portanto sempre muito estressado, pois não há como ter prazer com um trabalho que você mesmo despreza. Reclamava ao invés de agradecer os seus fartos recursos financeiros, dizendo sempre que o dinheiro lhe roubara a liberdade e as amizades sinceras. Mesmo recebendo muito amor e carinho da família, dizia que viver sozinho deveria ser bem melhor, já que não teria as preocupações que a família lhe rendia.
Nenhuma medicação, nenhuma terapia, nenhum profissional era bom o suficiente para Sérvio. Em sua mente, as coisas boas da vida eram sempre as inacessíveis. Bastava ter acesso a estas coisas, que o desagrado com elas aparecia. Era também um homem que não aprendera a agradecer ninguém. Geralmente frequentava lugares onde era bem atendido, mas nunca dizia um “muito obrigado” para as pessoas que lhe serviam. Achava que estas pessoas não estavam fazendo mais do que a obrigação delas.
E assim, Sérvio continua vivendo...Talvez, você já deva ter se deparado com muitos Sérvios por aí.

A ingratidão é um sentimento que transforma qualquer ser humano numa criatura pobre, pois o ingrato estará sempre conectado com aquilo que lhe falta. A gratidão, por outro lado, nos oferta a tão desejada e sonhada abundância. A abundância não cai do céu e nem é um recurso ofertado por um Deus generoso. A abundância só brota na vida de pessoas que fertilizam a mente e o coração com o poderoso adubo da gratidão.
Existem pessoas eternamente insatisfeitas. A insatisfação patológica gera a ingratidão. E, o que gera a insatisfação? Um ego faminto dominado por desejos insaciáveis. Somos seres de falta e entender esta dinâmica é fundamental para barrarmos o nosso desejo obsessivo de ter o que jamais nos trará completude. Criamos sempre a ilusão de que quando tivermos determinadas coisas seremos felizes e nos esquecemos de sermos felizes com as coisas que já possuímos. Quando realizamos um desejo, tratamos de criar um novo desejo. Não há nada de errado em desejar. O errado é não saber desejar; é não saber lidar com o desejo. O desejo pode nos impulsionar ou nos imobilizar. Quando lidamos com o desejo de maneira positiva, ele nos impulsiona. No entanto, podemos nos imobilizar se transformarmos os nossos desejos numa fonte de insatisfação e frustração constante. É possível desejar e ser grato por aquilo que se tem e por aquilo que você pode vir a ter um dia. É também possível desejar e viver lamentando a não realização do desejo que você construiu dentro de si mesmo. A pessoa grata sabe lidar com suas frustrações. A pessoa ingrata, age como uma criança birrenta exigindo a realização de todos os seus desejos; não possui a maturidade do ser grato, que adquiriu a sabedoria de que nem tudo pode ser conquistado, mas que todas as conquistas podem ser saboreadas e valorizadas. O ingrato não saboreia nada; só saboreia a própria insatisfação. Vive na ordem da carência demandando sempre algo mais do que se tem. Não há nenhum problema em desejar algo mais do que se tem, o problema é a falta de limites frente este desejo. O ingrato não sabe lidar com limites. Uma pessoa grata sabe que nem todas as sementes que semear brotarão, mas sabe que aquelas que brotarem poderão lhe render uma grande satisfação. Ela agradece a semente que brotou e se alimenta dos frutos que esta semente, depois de germinada, lhe oferta. O ingrato cria a ilusão de que todas as sementes deverão germinar. Passa a vida lamentando as sementes que não vingaram e atordoado pelo murmúrio deste lamento, esquece de se alimentar e usufruir aquilo que realmente germinou. Por não focar nas sementes que germinaram, muitas vezes acaba perdendo a colheita, pois só aquilo que a gente cuida, cresce e se multiplica. Se eu cuido e foco apenas nas minhas insatisfações e frustrações, com certeza elas irão prosperar. O mesmo vale para os gratos. A prosperidade é um atributo das pessoas que cultivam a gratidão.
As pessoas que estão sempre trazendo para dentro de si algo perdido e se esquecendo de buscar novas conquistas, estarão materializando a falta e construindo as bases de uma personalidade depressiva. Muitos casos de depressão evidenciam um perfil de ingratidão frente à vida.
A negatividade é irmã gêmea da ingratidão.  Clique nos links  abaixo para ler sobre este tema já postado em um dos capítulos deste livro. Aproveite para ler também sobre a vítima; personagem preferido das pessoas ingratas:
Não desenvolvemos o hábito de agradecer. Achamos que o natural é ter tudo aquilo que já temos e que tudo que vivenciamos de bom não passa de uma obrigação de Deus para conosco. Somos muito prepotentes! Só lembramos que uma coisa tem valor quando ela nos falta. A maioria das pessoas que estarão lendo este capítulo sobre a ingratidão, jamais teve que lidar com a falta de nossos recursos mais básicos, como por exemplo, água, energia elétrica, condições básicas de saneamento, meios de comunicação como telefone, celular, TV, meios de transporte, etc. Por isso, raramente agradecem um copo d´água, um banho ou a descarga de seu vaso sanitário. Imagine o caos, se você não conseguir se comunicar mais com as pessoas que estão distantes de você? Imagine se você não tiver mais como se locomover através dos meios de transporte que está acostumado? Se tiver que ir à pé, ou a cavalo? A maioria diria: “Isto é impossível! Com as tecnologias atuais, não teríamos mais este tipo de problema”. Será? Basta uma pequena tragédia para que estas tecnologias  desapareçam em questão de segundos. Mas, somos onipotentes! Retrucaremos, com certeza: “Tragédia, só com o outro. Tragédia, só na TV e nos filmes recheados de efeitos especiais”. Pois, saiba que a 3 anos atrás eu vivi a maior tragédia registrada no Brasil. Fui uma das vítimas da tragédia da região serrana do Rio de Janeiro; uma pequena vítima, comparada com as outras que morreram e perderam familiares. Só perdi amigos, vizinhos, minha casa com tudo dentro dela, terreno, centenas de fotos que registravam a história de minha família, um sonho e um verdadeiro paraíso. Não perdi a minha vida e nenhum membro de minha família; a não ser uma biodiversidade viva que me rodeava por todos os lados. Apesar da dor, agradeço ter sido poupada e poder ter a chance de continuar a minha história, de estar aqui, agora, escrevendo sobre a importância da gratidão. As pessoas que residiam nas regiões afetadas ficaram sem os recursos acima mencionados por um longo tempo; ficaram sobretudo, sem aquilo que um ser mais necessita e preza – o amor e a presença de muitas pessoas amadas. Passaram por dores e restrições que pouca gente pode imaginar. Dentre os poupados, houve muita gente ingrata lamentando seus pequenos dissabores, como por exemplo, as muriçocas que poderiam surgir nas águas sujas de suas piscinas, o perigo de suas casas serem invadidas ou roubadas, a água suja que alguns ainda tinham o privilégio de receber em suas casas, um muro que caiu, e por aí vai... Reclamar destes problemas frente uma realidade totalmente destruída e de centenas de pessoas mortas e desaparecidas, não foi a pior postura destas criaturas, mas sim, a exigência destas em serem prontamente atendidas e  resolverem imediatamente suas pequenas questões sem levar em conta as grandes demandas que, mesmo saltando os olhos, estes egocêntricos se negavam a enxergar. Pessoas muito egocêntricas são quase sempre muito ingratas. Acham que o mundo deva girar ao redor de suas necessidades; pensam, sobretudo, que as dádivas recebidas não passam de obrigações devidas a eles. Quando agradecem, chegam a expressar um ar de superioridade como se quisessem dizer: “Obrigada, meu Deus, por ser eu um filho querido e preferido, portanto poupado do castigo que impôs a estas criaturas pouco evoluídas e portanto, merecedoras deste karma.” Pode parecer loucura, mas eu cheguei a escutar isto. E, é nesta escuta que a gente cresce e amadurece. Agradeço, profundamente, os ouvidos de minha alma.
Para quem não sabe lidar com a falta e deseja uma nova chance para construir uma vida onde a gratidão possa operar, talvez a historinha abaixo possa servir de inspiração.


Uma nova chance

Existem religiões que acreditam em vida após a morte, outras acreditam no paraíso e por aí vai... Não estou aqui para questiona-las, mas para misturar um pouquinho estas crenças e criar uma historinha que possa despertar um pouquinho mais a nossa consciência.
Pois é!.. Chega um momento que precisamos acertar as nossas contas, seja nesta vida ou lá do outro lado, diante de Deus. Tem gente que parte desta vida como uma consciência bem capitalista, alguns se posicionando como devedores e outros como credores diante de Deus. E, é esta surpreendente história que vou lhes contar agora – a história de um homem que se julgava um credor diante de Deus.
Chegando lá no céu, com seu bloquinho de créditos, apresentou a Deus uma imensa lista dos serviços que havia prestado à humanidade e da dívida que Deus tinha para com ele.
_Como assim? Eu não consigo reconhecer esta dívida. Indagou Deus ao homem.
_Não acredito que irá me dar o calote! Posso esperar isto de qualquer  humano, mas do senhor... Deus me livre! Retrucou o homem censurando o questionamento divino.
_Eu posso te livrar de qualquer dívida que tenha para comigo, mas não posso aceitar esta dívida que você diz eu ter para com você. Deveras, fez muitas coisas boas lá na terra, mas recebeu em troca toda a minha benevolência enquanto estava lá. Te dei quase tudo que desejou.
_Quase tudo... Este é o problema! O senhor não acha que por tudo que fiz, eu mereceria tudo que sempre desejei? Este “quase” é, de certa forma, um “imposto” indevido imposto por você.
Deus conhece bem as suas criaturas e até se diverte bem com elas. Acha bem engraçada as artimanhas que criam para conseguir aquilo que desejam e para não conviverem com a falta. Ciente disto, fez uma proposta ao homem:
_Tenho uma proposta irrecusável para pagar esta dívida que você me delegou. Como bem disse, jamais darei calote  em meus filhos. Antes que pudesse prosseguir, o homem foi dando logo seu recadinho pretencioso:
_ Não me venha com nenhuma proposta indecente!..
_ Proposta indecente? E eu só lá de fazer alguma proposta indecente para alguém. Indagou o Divino.
_ Se quiseres me oferecer mais uma vidinha daquelas, “pode tirar seu cavalinho da chuva”...Nã, nã, nã... Aceito não! Ironizou o homem.
_ Você me parece bem exigente mesmo! Estou ciente que deverei lhe oferecer a melhor vida que eu possa ter criado para um ser neste universo infinito. Darei a você a oportunidade  de nascer e viver por longos anos no Planeta Perfeito. Propôs a Divindade.
_ Planeta Perfeito? Me fale melhor deste lugar, para eu ver se é realmente um lugar perfeito para mim. Solicitou o homem com pedantismo.
_ Você terá, lá, tudo que lhe faltou no Planeta Terra. Na terra as coisas não são tão boas, pois o ser humano não se liga numa vida tão certinha e perfeita. Na verdade, meus filhos humanos são viciados em falta. A falta gera tesão e eles adoram isto. Gostam muito mais da fome do que da saciedade. Você viveu lá e pode confirmar isto. Como pode existir num planeta tão farto, pessoas passando fome? E, o pior... Não há banquete que sacie, pois meus queridos filhos humanos levam à boca o alimento que ofereço, mas o olhar está sempre focado na mesa do outro. A maioria come, mas não se alimenta. Enchem o “buxo,” mas não  sentem o sabor e nem mesmo sabem aproveitar o valor nutritivo de cada alimento que lhes oferto.
Foi interrompido pelo homem, que com ansiedade e arrogância determinou:
_Me diga o que realmente interessa. Daquele povinho e daquele inferninho eu já conheço muito bem.
Deus deu uma gargalhada estrondosa que rugiu como trovão por todo o espaço sideral.  O homem levou um grande susto. A frequência e o timbre daquele som expressavam, de certa forma, o poder do Divino. Com uma hipocrisia travestida de humildade, o Homem perguntou receoso:
_ Opa, desculpe-me! O  que houve? Eu falei alguma bobagem?
Deus sabe também ser irônico com quem precisa. Olhando nos olhos daquele homem respondeu:
_ De jeito nenhum! Você é sempre muito sensato em tudo que diz e reivindica. Eu é que perco a minha sensatez de vez em quando. Me perdoa por não ter sido justo contigo na última vida. Vamos realmente ao que interessa! Vou te dar tudo que deseja. Terá uma vida onde nada lhe faltará.
_ Nada? Perguntou o homem desconfiado.
_ Nada, absolutamente nada! Pode confiar. Confirmou o Divino com bastante assertividade.
Tomado novamente pela sua arrogância, o homem retrucou com um cinismo revestido de insegurança.
_ Posso mesmo?
_Eu te dou a minha palavra. E te proponho algo ainda mais tentador para que você não tenha dúvidas em aceitar a minha proposta. Te dou o meu lugar no universo caso lhe falte alguma coisa.
Os olhos do homem brilharam de felicidade. Já conseguia se sentir o próprio Deus. Aliás, já conseguia se achar mais competente para administrar o universo do que aquela figura divina errante diante de ti. No mínimo, não cometeria os mesmos erros que Deus cometera com ele, e, isto já era uma grande coisa; dentro de sua lógica egocêntrica, talvez a coisa mais importante de todo o universo. O seu desejo , com certeza, era a coisa mais importante. Certamente, na posição de  Deus, não falharia neste tópico. Voltando de seus devaneios, aceitou prontamente a proposta divina:
_ Eu aceito a sua proposta. E o contrato? Quando é que a gente assina?
_ O contrato é a minha palavra. Ela já está registrada em todas as estrelas deste universo. Só resta uma ressalva...Ressaltou o ser divino.
_ Qual? Perguntou desconfiado, temendo ser traído por Deus.
_ Vale sentir falta de qualquer coisa; menos da falta, que vocês estão como humanos viciados nela. No Planeta Perfeito, não há programação para viver a falta.
_ Mas, é justamente isto que desejo! Não sentir nunca mais falta de nada. Pacto fechado!
_ Pacto fechado! Concluiu Deus, imprimindo sua palavra em todas as estrelas do universo.
Fechado o acordo, o homem nasceu no Planeta Perfeito. Viveu por lá uma vida longa e perfeita, sem qualquer imperfeição ou falta que pudesse criar algum desconforto. Como sempre, em algum momento, chega a hora do grande reencontro com Deus. Retornando, chegou novamente diante de Deus com seu bloquinho de anotações. Antes que pudesse cobrar alguma coisa, Deus interveio:
_ Te faltou alguma coisa lá? Perguntou curioso o grande criador.
_ Sim, me faltou sim! Afirmou o homem.
_ Mas, isto não é possível! O que pode ter lhe faltado? Perguntou Deus desconfiado.
_ Me faltou a falta. A FAL-TA! Mais uma vez, você falhou. Não dá para agradecer esse paraíso de merda que você me ofertou.
Esta possibilidade, já prevista em contrato, não deu ao homem o lugar de Deus, mas deu a Deus mais um ato de generosidade para com o homem:
_ Do paraíso, você não dá conta! Volte para a Terra, meu filho querido, pois é lá o seu verdadeiro lugar.
O homem voltou agradecido e muito feliz com a infelicidade que teria.


ESPAÇO DE REFLEXÃO

O que você costuma fazer com mais frequência:  agradecer as coisas que possui e conquista ou lamentar o que te falta?

DESAFIO

Ao final de cada dia vivido, faça uma oração para Deus e/ou para si mesmo, agradecendo tudo que lhe foi ofertado durante o dia, desde as coisas mais simples e básicas (o ar que respira, a água que toma, o sol que lhe aquece, o alimento que lhe nutre, etc) até as coisas mais complexas, ou seja, os grandes desafios, que mesmo difíceis faz de você um grande guerreiro e uma pessoa mais forte e capaz.