MAL AGRADECIDO
DIZEM QUE EU DEVERIA AGRADECER
MAS TÁ DIFÍCIL!
DEVERIA AGRADECER O SOL
MAS ELE DÁ CÂNCER DE PELE
AGRADECER O QUE MATA?
MELHOR ACENDER A LUZ
E ECONIMIZAR FILTRO SOLAR
DIZEM QUE EU DEVERIA AGRADECER
MAS TÁ DIFÍCIL!
DEVERIA AGRADECER A ÁGUA
QUE MESMO SENDO MUITA
NÃO JORRA GRATUITA
AGRADECER O QUE PAGO?
MELHOR BOCA SECA DO QUE SEDE DE DINHEIRO
DIZEM QUE EU DEVERIA AGRADECER
MAS TÁ DIFÍCIL!
DEVERIA AGRADECER O AR QUE RESPIRO
MAS, CADÊ TEMPO PRA RESPIRAR?
AGRADECER O QUE TOMA MEU TEMPO?
TEMPO É DINHEIRO!
RESPIRAÇÃO; SÓ OXIGÊNIO
DIZEM QUE EU DEVERIA AGRADECER
MAS TÁ DIFÍCIL!
DEVERIA AGRADECER O AMOR
MAS A FALTA DELE ME FAZ SOFRER
AGRADECER A DOR?
MELHOR SOZINHO
DO QUE MAL ACOMPANHADO
DIZEM QUE EU DEVERIA AGRADECER
MAS TÁ DIFÍCIL!
DEVERIA AGRADECER A SAÚDE QUE TENHO
MAS TENHO PLANO DE SAÚDE PRA SER USADO
AGRADECER O DESPERDÍCIO?
MELHOR A DOENÇA
PARA VALER À PENA O QUE PAGO
DIZEM QUE EU DEVERIA AGRADECER
MAS TÁ DIFÍCIL!
DEVERIA AGRADECER O ALIMENTO
MAS DÁ TRABALHO PRA SER PREPARADO
AGRADECER A BAGUNÇA NA COZINHA
E A CHATICE CULINÁRIA?
MELHOR AS PÍLULAS E AS BOMBAS PRA UM CORPO SARADO
DIZEM QUE EU DEVERIA AGRADECER
MAS TÁ DIFÍCIL!
DEVERIA AGRADECER ESTAR VIVO
MAS COMO GUIMARÃES ROSA MESMO DISSE:
VIVER É MUITO COMPLICADO!
AGRADECER ESTE INFERNO TODO?
MELHOR O PARAÍSO DEPOIS DA MORTE
DIZEM QUE EU DEVERIA AGRADECER
MAS TÁ DIFÍCIL!
TÃO DIFÍCIL QUE EU PREFIRO NÃO AGRADECER
E AINDA DIZEM QUE SOU UM INGRATO
QUANDO SOU , NA VERDADE, UMA VÍTIMA
QUE RECEBE POUCO PELO MUITO QUE SE FAZ
QUE INGRATIDÃO!
O NÓ DA INGRATIDÃO
Sérvio sempre pediu
muito e quase sempre teve da vida tudo aquilo que solicitou. Só não conseguia
ter, de si mesmo, a gratidão que devia à vida. Era um homem extremamente
insatisfeito. Sua satisfação era sempre momentânea, não durava mais que uma
semana. Parecia aquela criança que deseja muito um brinquedinho e assim que
ganha, se diverte um pouquinho, mas logo
em seguida se cansa, o abandona e passa a desejar um novo brinquedo num ciclo
interminável que não cessa nunca.
Sérvio vivia lamentando
o que não tinha, ou mais precisamente, o que não havia ainda ganhado de sua mãe
vida por demais indulgente. A vida sempre fora muito generosa com Sérvio, mas
ele nunca conseguia reconhecer isto. A sua falta de reconhecimento neste
sentido, lhe rendeu uma grande depressão, já que estava sempre conectado com
tudo que lhe faltava. Não dá para ser feliz e saudável numa incessante conexão
com a falta.
Sérvio era um homem
bonito, bem sucedido profissionalmente, tinha dinheiro, uma família
relativamente bem estruturada. No entanto, encontrava sempre muitos motivos
para lamentar uma beleza perdida, já que passara dos 50 anos e já não tinha
mais a beleza de seus 20 anos de idade. Ao invés de encarar as dificuldades
profissionais que surgiam como desafios para o seu crescimento, maldizia todas
elas. Sentia-se, portanto sempre muito estressado, pois não há como ter prazer
com um trabalho que você mesmo despreza. Reclamava ao invés de agradecer os
seus fartos recursos financeiros, dizendo sempre que o dinheiro lhe roubara a
liberdade e as amizades sinceras. Mesmo recebendo muito amor e carinho da
família, dizia que viver sozinho deveria ser bem melhor, já que não teria as
preocupações que a família lhe rendia.
Nenhuma medicação,
nenhuma terapia, nenhum profissional era bom o suficiente para Sérvio. Em sua
mente, as coisas boas da vida eram sempre as inacessíveis. Bastava ter acesso a
estas coisas, que o desagrado com elas aparecia. Era também um homem que não
aprendera a agradecer ninguém. Geralmente frequentava lugares onde era bem
atendido, mas nunca dizia um “muito obrigado” para as pessoas que lhe serviam.
Achava que estas pessoas não estavam fazendo mais do que a obrigação delas.
E assim, Sérvio
continua vivendo...Talvez, você já deva ter se deparado com muitos Sérvios por
aí.
A ingratidão é um sentimento que transforma qualquer ser
humano numa criatura pobre, pois o ingrato estará sempre conectado com aquilo
que lhe falta. A gratidão, por outro lado, nos oferta a tão desejada e sonhada
abundância. A abundância não cai do céu e nem é um recurso ofertado por um Deus
generoso. A abundância só brota na vida de pessoas que fertilizam a mente e o
coração com o poderoso adubo da gratidão.
Existem pessoas eternamente insatisfeitas. A insatisfação
patológica gera a ingratidão. E, o que gera a insatisfação? Um ego faminto
dominado por desejos insaciáveis. Somos seres de falta e entender esta dinâmica
é fundamental para barrarmos o nosso desejo obsessivo de ter o que jamais nos
trará completude. Criamos sempre a ilusão de que quando tivermos determinadas
coisas seremos felizes e nos esquecemos de sermos felizes com as coisas que já
possuímos. Quando realizamos um desejo, tratamos de criar um novo desejo. Não
há nada de errado em desejar. O errado é não saber desejar; é não saber lidar
com o desejo. O desejo pode nos impulsionar ou nos imobilizar. Quando lidamos
com o desejo de maneira positiva, ele nos impulsiona. No entanto, podemos nos
imobilizar se transformarmos os nossos desejos numa fonte de insatisfação e
frustração constante. É possível desejar e ser grato por aquilo que se tem e
por aquilo que você pode vir a ter um dia. É também possível desejar e viver
lamentando a não realização do desejo que você construiu dentro de si mesmo. A
pessoa grata sabe lidar com suas frustrações. A pessoa ingrata, age como uma
criança birrenta exigindo a realização de todos os seus desejos; não possui a
maturidade do ser grato, que adquiriu a sabedoria de que nem tudo pode ser
conquistado, mas que todas as conquistas podem ser saboreadas e valorizadas. O
ingrato não saboreia nada; só saboreia a própria insatisfação. Vive na ordem da
carência demandando sempre algo mais do que se tem. Não há nenhum problema em desejar
algo mais do que se tem, o problema é a falta de limites frente este desejo. O
ingrato não sabe lidar com limites. Uma pessoa grata sabe que nem todas as
sementes que semear brotarão, mas sabe que aquelas que brotarem poderão lhe
render uma grande satisfação. Ela agradece a semente que brotou e se alimenta
dos frutos que esta semente, depois de germinada, lhe oferta. O ingrato cria a
ilusão de que todas as sementes deverão germinar. Passa a vida lamentando as
sementes que não vingaram e atordoado pelo murmúrio deste lamento, esquece de
se alimentar e usufruir aquilo que realmente germinou. Por não focar nas
sementes que germinaram, muitas vezes acaba perdendo a colheita, pois só aquilo
que a gente cuida, cresce e se multiplica. Se eu cuido e foco apenas nas minhas
insatisfações e frustrações, com certeza elas irão prosperar. O mesmo vale para
os gratos. A prosperidade é um atributo das pessoas que cultivam a gratidão.
As pessoas que estão sempre trazendo para dentro de si algo
perdido e se esquecendo de buscar novas conquistas, estarão materializando a
falta e construindo as bases de uma personalidade depressiva. Muitos casos de
depressão evidenciam um perfil de ingratidão frente à vida.
A negatividade é irmã gêmea da ingratidão. Clique nos links abaixo para ler sobre este tema já postado em
um dos capítulos deste livro. Aproveite para ler também sobre a vítima; personagem
preferido das pessoas ingratas:
Não desenvolvemos o hábito de agradecer. Achamos que o
natural é ter tudo aquilo que já temos e que tudo que vivenciamos de bom não
passa de uma obrigação de Deus para conosco. Somos muito prepotentes! Só
lembramos que uma coisa tem valor quando ela nos falta. A maioria das pessoas
que estarão lendo este capítulo sobre a ingratidão, jamais teve que lidar com a
falta de nossos recursos mais básicos, como por exemplo, água, energia
elétrica, condições básicas de saneamento, meios de comunicação como telefone,
celular, TV, meios de transporte, etc. Por isso, raramente agradecem um copo
d´água, um banho ou a descarga de seu vaso sanitário. Imagine o caos, se você
não conseguir se comunicar mais com as pessoas que estão distantes de você?
Imagine se você não tiver mais como se locomover através dos meios de
transporte que está acostumado? Se tiver que ir à pé, ou a cavalo? A maioria
diria: “Isto é impossível! Com as tecnologias atuais, não teríamos mais este
tipo de problema”. Será? Basta uma pequena tragédia para que estas
tecnologias desapareçam em questão de
segundos. Mas, somos onipotentes! Retrucaremos, com certeza: “Tragédia, só com
o outro. Tragédia, só na TV e nos filmes recheados de efeitos especiais”. Pois,
saiba que a 3 anos atrás eu vivi a maior tragédia registrada no Brasil. Fui uma
das vítimas da tragédia da região serrana do Rio de Janeiro; uma pequena
vítima, comparada com as outras que morreram e perderam familiares. Só perdi
amigos, vizinhos, minha casa com tudo dentro dela, terreno, centenas de fotos
que registravam a história de minha família, um sonho e um verdadeiro paraíso.
Não perdi a minha vida e nenhum membro de minha família; a não ser uma
biodiversidade viva que me rodeava por todos os lados. Apesar da dor, agradeço
ter sido poupada e poder ter a chance de continuar a minha história, de estar
aqui, agora, escrevendo sobre a importância da gratidão. As pessoas que
residiam nas regiões afetadas ficaram sem os recursos acima mencionados por um
longo tempo; ficaram sobretudo, sem aquilo que um ser mais necessita e preza –
o amor e a presença de muitas pessoas amadas. Passaram por dores e restrições
que pouca gente pode imaginar. Dentre os poupados, houve muita gente ingrata lamentando
seus pequenos dissabores, como por exemplo, as muriçocas que poderiam surgir
nas águas sujas de suas piscinas, o perigo de suas casas serem invadidas ou roubadas,
a água suja que alguns ainda tinham o privilégio de receber em suas casas, um
muro que caiu, e por aí vai... Reclamar destes problemas frente uma realidade totalmente
destruída e de centenas de pessoas mortas e desaparecidas, não foi a pior
postura destas criaturas, mas sim, a exigência destas em serem prontamente atendidas e resolverem imediatamente
suas pequenas questões sem levar em conta as grandes demandas que, mesmo saltando
os olhos, estes egocêntricos se negavam a enxergar. Pessoas muito egocêntricas
são quase sempre muito ingratas. Acham que o mundo deva girar ao redor de suas
necessidades; pensam, sobretudo, que as dádivas recebidas não passam de
obrigações devidas a eles. Quando agradecem, chegam a expressar um ar de
superioridade como se quisessem dizer: “Obrigada, meu Deus, por ser eu um filho
querido e preferido, portanto poupado do castigo que impôs a estas criaturas
pouco evoluídas e portanto, merecedoras deste karma.” Pode parecer loucura, mas
eu cheguei a escutar isto. E, é nesta escuta que a gente cresce e amadurece.
Agradeço, profundamente, os ouvidos de minha alma.
Para quem não sabe lidar com a falta e deseja uma nova chance
para construir uma vida onde a gratidão possa operar, talvez a historinha
abaixo possa servir de inspiração.
Uma nova chance
Existem religiões que
acreditam em vida após a morte, outras acreditam no paraíso e por aí vai... Não
estou aqui para questiona-las, mas para misturar um pouquinho estas crenças e
criar uma historinha que possa despertar um pouquinho mais a nossa consciência.
Pois é!.. Chega um
momento que precisamos acertar as nossas contas, seja nesta vida ou lá do outro
lado, diante de Deus. Tem gente que parte desta vida como uma consciência bem
capitalista, alguns se posicionando como devedores e outros como credores
diante de Deus. E, é esta surpreendente história que vou lhes contar agora – a
história de um homem que se julgava um credor diante de Deus.
Chegando lá no céu, com
seu bloquinho de créditos, apresentou a Deus uma imensa lista dos serviços que
havia prestado à humanidade e da dívida que Deus tinha para com ele.
_Como assim? Eu não consigo
reconhecer esta dívida. Indagou Deus ao homem.
_Não acredito que irá me dar o
calote! Posso esperar isto de qualquer
humano, mas do senhor... Deus me livre! Retrucou o homem censurando o
questionamento divino.
_Eu posso te livrar de qualquer
dívida que tenha para comigo, mas não posso aceitar esta dívida que você diz eu
ter para com você. Deveras, fez muitas coisas boas lá na terra, mas recebeu em
troca toda a minha benevolência enquanto estava lá. Te dei quase tudo que
desejou.
_Quase tudo... Este é o problema! O
senhor não acha que por tudo que fiz, eu mereceria tudo que sempre desejei?
Este “quase” é, de certa forma, um “imposto” indevido imposto por você.
Deus conhece bem as
suas criaturas e até se diverte bem com elas. Acha bem engraçada as artimanhas
que criam para conseguir aquilo que desejam e para não conviverem com a falta.
Ciente disto, fez uma proposta ao homem:
_Tenho uma proposta irrecusável para
pagar esta dívida que você me delegou. Como bem disse, jamais darei calote em meus filhos. Antes que pudesse prosseguir,
o homem foi dando logo seu recadinho pretencioso:
_ Não me venha com nenhuma proposta
indecente!..
_ Proposta indecente? E eu só lá de
fazer alguma proposta indecente para alguém. Indagou o Divino.
_ Se quiseres me oferecer mais uma
vidinha daquelas, “pode tirar seu cavalinho da chuva”...Nã, nã, nã... Aceito
não! Ironizou o homem.
_ Você me parece bem exigente mesmo!
Estou ciente que deverei lhe oferecer a melhor vida que eu possa ter criado
para um ser neste universo infinito. Darei a você a oportunidade de nascer e viver por longos anos no Planeta
Perfeito. Propôs a Divindade.
_ Planeta Perfeito? Me fale melhor
deste lugar, para eu ver se é realmente um lugar perfeito para mim. Solicitou o
homem com pedantismo.
_ Você terá, lá, tudo que lhe faltou
no Planeta Terra. Na terra as coisas não são tão boas, pois o ser humano não se
liga numa vida tão certinha e perfeita. Na verdade, meus filhos humanos são
viciados em falta. A falta gera tesão e eles adoram isto. Gostam muito mais da
fome do que da saciedade. Você viveu lá e pode confirmar isto. Como pode
existir num planeta tão farto, pessoas passando fome? E, o pior... Não há
banquete que sacie, pois meus queridos filhos humanos levam à boca o alimento
que ofereço, mas o olhar está sempre focado na mesa do outro. A maioria come,
mas não se alimenta. Enchem o “buxo,” mas não
sentem o sabor e nem mesmo sabem aproveitar o valor nutritivo de cada
alimento que lhes oferto.
Foi interrompido pelo
homem, que com ansiedade e arrogância determinou:
_Me diga o que realmente interessa.
Daquele povinho e daquele inferninho eu já conheço muito bem.
Deus deu uma gargalhada
estrondosa que rugiu como trovão por todo o espaço sideral. O homem levou um grande susto. A frequência e
o timbre daquele som expressavam, de certa forma, o poder do Divino. Com uma hipocrisia
travestida de humildade, o Homem perguntou receoso:
_ Opa, desculpe-me! O que houve? Eu falei alguma bobagem?
Deus sabe também ser
irônico com quem precisa. Olhando nos olhos daquele homem respondeu:
_ De jeito nenhum! Você é sempre
muito sensato em tudo que diz e reivindica. Eu é que perco a minha sensatez de
vez em quando. Me perdoa por não ter sido justo contigo na última vida. Vamos
realmente ao que interessa! Vou te dar tudo que deseja. Terá uma vida onde nada
lhe faltará.
_ Nada? Perguntou o homem
desconfiado.
_ Nada, absolutamente nada! Pode
confiar. Confirmou o Divino com bastante assertividade.
Tomado novamente pela
sua arrogância, o homem retrucou com um cinismo revestido de insegurança.
_ Posso mesmo?
_Eu te dou a minha palavra. E te
proponho algo ainda mais tentador para que você não tenha dúvidas em aceitar a
minha proposta. Te dou o meu lugar no universo caso lhe falte alguma coisa.
Os olhos do homem
brilharam de felicidade. Já conseguia se sentir o próprio Deus. Aliás, já
conseguia se achar mais competente para administrar o universo do que aquela
figura divina errante diante de ti. No mínimo, não cometeria os mesmos erros
que Deus cometera com ele, e, isto já era uma grande coisa; dentro de sua
lógica egocêntrica, talvez a coisa mais importante de todo o universo. O seu
desejo , com certeza, era a coisa mais importante. Certamente, na posição de Deus, não falharia neste tópico. Voltando de
seus devaneios, aceitou prontamente a proposta divina:
_ Eu aceito a sua proposta. E o
contrato? Quando é que a gente assina?
_ O contrato é a minha palavra. Ela
já está registrada em todas as estrelas deste universo. Só resta uma
ressalva...Ressaltou o ser divino.
_ Qual? Perguntou desconfiado,
temendo ser traído por Deus.
_ Vale sentir falta de qualquer
coisa; menos da falta, que vocês estão como humanos viciados nela. No Planeta
Perfeito, não há programação para viver a falta.
_ Mas, é justamente isto que desejo! Não
sentir nunca mais falta de nada. Pacto fechado!
_ Pacto fechado! Concluiu Deus,
imprimindo sua palavra em todas as estrelas do universo.
Fechado o acordo, o
homem nasceu no Planeta Perfeito. Viveu por lá uma vida longa e perfeita, sem
qualquer imperfeição ou falta que pudesse criar algum desconforto. Como sempre,
em algum momento, chega a hora do grande reencontro com Deus. Retornando,
chegou novamente diante de Deus com seu bloquinho de anotações. Antes que
pudesse cobrar alguma coisa, Deus interveio:
_ Te faltou alguma coisa lá? Perguntou
curioso o grande criador.
_ Sim, me faltou sim! Afirmou o
homem.
_ Mas, isto não é possível! O que
pode ter lhe faltado? Perguntou Deus desconfiado.
_ Me faltou a falta. A FAL-TA! Mais
uma vez, você falhou. Não dá para agradecer esse paraíso de merda que você me
ofertou.
Esta possibilidade, já
prevista em contrato, não deu ao homem o lugar de Deus, mas deu a Deus mais um
ato de generosidade para com o homem:
_ Do paraíso, você não dá conta! Volte
para a Terra, meu filho querido, pois é lá o seu verdadeiro lugar.
O homem voltou
agradecido e muito feliz com a infelicidade que teria.
ESPAÇO DE REFLEXÃO
O que você costuma fazer com mais frequência: agradecer as coisas que possui e conquista ou
lamentar o que te falta?
DESAFIO
Ao final de cada dia vivido, faça uma oração para Deus e/ou
para si mesmo, agradecendo tudo que lhe foi ofertado durante o dia, desde as
coisas mais simples e básicas (o ar que respira, a água que toma, o sol que lhe
aquece, o alimento que lhe nutre, etc) até as coisas mais complexas, ou seja,
os grandes desafios, que mesmo difíceis faz de você um grande guerreiro e uma
pessoa mais forte e capaz.