QUANDO VOCÊ SE ARREBENTA EM MIM
CHEIRANDO MAREZIA
NESTE MAR DE DESEJOS
EU TAMBEM ME ARREBENTO
NUMA ONDA DE PRAZER
QUANDO SOU BANHADA
POR ESTA ÁGUA SALGADA QUE FLUTUA
PELO SEU CORPO ESCORREGADIO
A MARE SOBE, INUNDANDO-ME
E EU ME MOLHO
DE DESEJO POR TI
QUANDO SEUS URRANTES DESEJOS
SE QUEBRAM EM
MIM
ESPARRAMANDO A ESPUMA BRANCA DE SEU PRAZER
NO LEITO DE MEU CORPO
DELEITO-ME
AMACIO E TE ABSORVO
COMO A AREIA DO MAR
TE ACOLHO E TE CONTENHO
COMO SE FOSSE A VALIOSA PÉROLA
NA CONCHA DE MEU CORAÇÃO
O INFINITO PRAZER
QUE MEUS OLHOS NÃO ALCANÇAM
FAZEM VIBRAR MINH’ALMA
COM A EXPLOSÃO
DE TUDO QUE FICOU CONTIDO
O NÓ DO
SEXUALISMO
César era um homem que vivia checando
seu poder sexual. Era o famoso garanhão. Por ser um homem bonito, atraente e
expert na arte da sedução, todas as mulheres que encontrava se tornavam uma
presa sexual fácil. Durante suas relações sexuais, César olhava com orgulho
para seu pênis ereto e despejava sobre suas fêmeas porções ilimitadas de seu
fértil esperma. Durante anos, César viveu assim, checando seu poder a cada
relação e olhando sua própria imagem refletida no espelho que cada mulher
apaixonada lhe oferecia. As mulheres se apaixonavam por César, mas nenhuma
delas era mais apaixonada por sua imagem do que ele próprio. Ele era um
verdadeiro narcisista. Centrado apenas em si, não conseguia enxergar a mulher
com a qual copulava. Conferia o seu poder sexual, mas jamais os seus
sentimentos, ideias e emoções capazes de construir uma relação afetiva.
César sabia “trepar”
como ninguém, só não sabia se relacionar. Em seu círculo machista de amizades,
sentia-se o máximo e se comprazia em dizer aos amigos as incontáveis relações
que conseguia ter num dia, numa semana ou num mês. Vangloriava-se, inclusive,
dos filhos que espalhava pelo mundo em suas incontáveis aventuras sexuais.
Fazer filhos era, também, uma forma de poder e de se sentir mais macho. Só não
conseguia ser pai, assumir este papel e se sentir como tal. Parecia estar
internamente competindo com alguém, só não se dava conta com quem. Quem seria o
adversário de César? Com quem César competia? As súditas mulheres com as quais
copulava lhe faziam sentir um verdadeiro rei; um rei soberano aparentemente sem
conflitos, pois seus conflitos insistiam em ficar escondidos em algum lugar
inacessível de seu ser. Mas, um dia, César perdeu a majestade. Como? Umas das
mulheres com a qual resolveu copular negou-lhe apresentar seu falso espelho.
Diante disto, para onde César iria direcionar seu olhar? Aquela maldita mulher
lhe negou a visão de seu pênis ereto e de seu substancial esperma. Naquele dia,
a coroa caiu; de rei viveu a posição de miserável. Sua soberania foi substituída
pela impotência. E agora? E se todas as mulheres lhe negassem, novamente, o
espelho? Da certeza, juntou-se a incerteza e o medo. César preferiu se
resguardar, pois jamais poderia experimentar novamente a traumática vivência de
não ver seu pênis ereto e despejar seu poder e sua fertilidade no ventre
feminino. O feminino antes tão frágil se transformou num espaço ameaçador. Sem
ereção, curvou-se para o medo. O medo de enxergar a sua disfunção erétil, cegou-lhe também para muitas coisas. Não
conseguia enxergar o verdadeiro homem que lhe habitava. Sentia estar perdendo o
poder em tudo. Produzir, relacionar-se, criar já não era uma tarefa fácil, pelo
contrário, parecia praticamente impossível. Com a fantasia do impossível
habitando sua mente, tornou-se a cada dia mais impotente e distante de tudo.
Afastar-se da realidade era a única forma que conhecia de se preservar. E
assim, foi falindo no trabalho, nos relacionamentos, enfim, decretou falência
para com a própria vida. Pela primeira vez, experimentou a sensação terrível de
não Ter Poder, de não Ser o Poder.
Odiou a
mulher que lhe negou o espelho até que teve um sonho. Sonhou que vivia cercado
de espelhos. Enxergava apenas a si mesmo. Viveu neste sonho a ilusória
satisfação de ser o centro das atenções até que uma criança arremessou sobre
seus espelhos uma pedra, estilhaçando-os. César teve ódio daquela criança até
olhar bem nos olhos dela, fazendo uma importante descoberta. Aquela criança
levada era ele mesmo. Viu que o olhar daquela criança, frágil e carente, pedia
algo mais. Quando os espelhos quebraram, César se feriu, mas logo em seguida,
olhando ao seu redor, enxergou pela primeira vez um mundo amplo e
diversificado. César viu, pela primeira vez, algo mais do que ele próprio e se
admirou com sua nova visão de vida. Compreendeu que este novo mundo era, com
certeza, um grande desafio; aceitou este desafio sem a intenção de vencer, mas
sobretudo, com claras intenções de crescer – Cresceu.
Depois deste
sonho, César aprendeu a se relacionar com o mundo que cada mulher carregava
dentro de si. Relacionando com este mundo, ele aprendeu muito mais com sua
parceira e sobre si mesmo. Aprendendo, sentiu-se mais seguro e forte.
Sentindo-se mais seguro e forte, o seu pênis se pôs, novamente, em posição ereta, próprio de quem se sentia digno
de estar vivendo um momento sagrado. Finalmente, passou a despejar não só o seu
sêmen mas, principalmente, toda a
satisfação de ter vivenciado uma relação plena e profunda. Hoje, ele não
precisa de inúmeras mulheres para se sentir homem; aliás, uma só mulher
tornou-se capaz de lhe proporcionar a sua maior conquista. Hoje, seu objetivo
não é gozar/ejacular, mas vivenciar e usufruir o amplo universo que lhe habita
e que habita sua parceira. Gozar é apenas uma consequência disto tudo.
Quantas
pessoas saem à caça de parceiros como se estivessem competindo com alguém. Hoje
é muito comum ouvirmos rapazes e moças exibirem a lista de pessoas que
conseguiram caçar numa noite. Beijam e transam compulsivamente, sem qualidade e
sem respeito pelo parceiro e por si mesmo. Temem compromissos, se sentem
modernos e poderosos frente à promiscuidade. Relacionamento é uma palavra
ultrapassada e ao mesmo tempo desconhecida para quem teme envolvimento.
Descartam pessoas como se estivessem descartando uma lata vazia de cerveja.
Depois de usada, que seja catada por quem gosta de produto reciclável. Que
venha mais uma lata nova e cheia de cerveja. Vão se enchendo de parceiros para
não ter que enfrentar o próprio vazio. Será que são modernos? As doenças, fruto
deste comportamento promíscuo, aumentam, dia após dia, e o sentimento de
solidão se esconde por detrás da fachada do liberalismo que exibe sempre um
falso sorriso de satisfação. Doença e solidão é sinal de progresso e poder?
Será que se trata mesmo de evolução ou de uma regressão aos tempos mais remotos
de nossa história? A primeira coisa que a doença nos mostra é a nossa
fragilidade e a primeira que nos rouba é o nosso poder. A capacidade de se relacionar foi um dos
principais avanços da humanidade. A aquisição desta capacidade permitiu o
desenvolvimento de funções importantes que dá ao homem o atributo de ser
humano, dentre elas, os sentimentos e a razão. Na esfera dos sentimentos
estamos, gradativamente, desenvolvendo a nossa habilidade para amar, ser
solidário, paciente, enfim lutamos para vencer toda a negatividade que nos
aproxima de um mundo governado pelos impulsos. Na esfera da razão, estamos
aprendendo a ser mais éticos, inteligentes, disciplinados, enfim, a pensar com
mais sabedoria.
Nem
todos conseguem evoluir, pois são governados por impulsos de morte que geram
todos os desequilíbrios que estamos sujeitos hoje. A revolução sexual só é um
passo importante no sentido de permitir uma sexualidade livre, responsável e planejada. Uma revolução
sem planejamento vira bagunça. No meio da algazarra, a desorganização prolifera
e gera o caos. Em meio ao caos, a libertinagem encontrou terreno fértil para se
fantasiar de liberdade e iludir os confusos, os perdidos e os imaturos que
transformam a vida numa brincadeira de mau gosto. Brincando de fazer sexo,
crianças nascem sem serem desejadas e sem nenhuma estrutura financeira e
emocional que possa permitir o desenvolvimento das mesmas. A criança é a base
de nossa sociedade. Uma criança violentada gera, concomitantemente, uma sociedade
violenta – nosso principal cenário hoje.
Não
se deve conter a força da sexualidade e nem mesmo vivê-la de forma desregrada. É fundamental vive-la com prazer, sem
culpa e com responsabilidade. Transar não é sinal de poder; só é poderoso
aquele que consegue viver a sua sexualidade de maneira saudável, sem se
prejudicar e sem lesar o outro e a sociedade. A vivência de uma sexualidade
prazerosa só possível se houver uma relação harmoniosa com o parceiro, com o
próprio corpo e com a própria vida.
O ser humano tem muita dificuldade de viver com moderação. Há um grupo de pessoas que querem viver "tudo" e não se dão conta de que o "tudo" não existe. Na busca deste "tudo" acabam perdendo o "essencial". Lidar com a falta e com a restrição é um grande desafio. Embora não aceitemos, somos seres de falta e ao mesmo tempo, por mais paradoxal que possa parecer, somos seres de infinita abundância. A completude que buscamos é uma mera ilusão e desejo de nosso ego. O nosso ego é como uma criança mimada; quer a realização imediata de todos os nossos desejos. Se atendemos apenas as solicitações de nosso ego, reforçamos a imaturidade desta criança impedindo-a de crescer rumo aos desígnios mais elevados de nossa alma. Há um outro grupo de pessoas que reverenciam as restrições a todo custo. "Nada pode". Para eles, a energia sexual deve ser contida e reprimida. O moralismo, o desafeto, o puritanismo, culpas e muitos traumas sexuais se escondem por trás destas posturas. Se vivermos a nossa abundância, a busca pela completude ou pela restrição perde o sentido. Na abundância podemos viver o prazer de forma saudável e a moderação de forma tranquila e serena sem a sensação de estarmos sendo furtados.
O ser humano tem muita dificuldade de viver com moderação. Há um grupo de pessoas que querem viver "tudo" e não se dão conta de que o "tudo" não existe. Na busca deste "tudo" acabam perdendo o "essencial". Lidar com a falta e com a restrição é um grande desafio. Embora não aceitemos, somos seres de falta e ao mesmo tempo, por mais paradoxal que possa parecer, somos seres de infinita abundância. A completude que buscamos é uma mera ilusão e desejo de nosso ego. O nosso ego é como uma criança mimada; quer a realização imediata de todos os nossos desejos. Se atendemos apenas as solicitações de nosso ego, reforçamos a imaturidade desta criança impedindo-a de crescer rumo aos desígnios mais elevados de nossa alma. Há um outro grupo de pessoas que reverenciam as restrições a todo custo. "Nada pode". Para eles, a energia sexual deve ser contida e reprimida. O moralismo, o desafeto, o puritanismo, culpas e muitos traumas sexuais se escondem por trás destas posturas. Se vivermos a nossa abundância, a busca pela completude ou pela restrição perde o sentido. Na abundância podemos viver o prazer de forma saudável e a moderação de forma tranquila e serena sem a sensação de estarmos sendo furtados.
Energia
sexual não foi feita para ser reprimida, mas com certeza, para ser bem
aproveitada como toda fonte poderosa de energia. Desperdiça-la, pode gerar uma série de
problemas. Para quem deseja utilizar bem
sua energia sexual, preste atenção no exemplo do Pássaro Vermelho e do Curió da
história abaixo.
A
Fruta do Prazer
Era uma vez uma árvore carregadinha de
cajus deliciosos e hospedeira de um lindo pássaro vermelho, porém, guloso, que
jamais se contentava com um caju só, queria todos eles. Pulava de galho em
galho bicando um por um sem, no entanto, sentir o verdadeiro sabor de cada um
deles. Questionado pelo amigo Curió acerca deste comportamento estranho, respondeu:
−São todos iguais e estão aqui para me
satisfazer.
−Mas, então não seria melhor comer um
só? Você estragaria menos os lindos cajus deste pé e permitiria que este
alimento fosse compartilhado com outros pássaros que estão também à procura de
alimento.
−Quem chega primeiro leva o melhor. Se
não são bons caçadores como eu, nada posso fazer. Zombou o Pássaro Vermelho se
enchendo de pomba e estufando seu peito.
−Desde quando saber caçar pressupõe
acabar com tudo que se vê pela frente? O verdadeiro caçador escolhe a presa
certa, aquela que vai decerto sacia-lo. Argumentou o Curió.
−Pois eu me sacio com todas. Contraverteu
o Pássaro Vermelho com ironia.
−Não parece! Questionou o Curió,
balançando serenamente a cabecinha de um lado para o outro.
−Por que? Perguntou confuso o Pássaro
Vermelho.
−Porque a sua fome parece não ter fim.
Você parece, na verdade, um insaciável. Esclareceu o Curió com a firmeza de
quem percebe claramente as coisas.
−Acho que você morre de inveja do meu
poder. Zombou o Pássaro Vermelho insaciável.
−Poder? Como assim? Perguntou, confuso, o Curió sem conseguir compreende-lo.
−Poder? Como assim? Perguntou, confuso, o Curió sem conseguir compreende-lo.
−O poder que tenho de caçar os cajus que
você não dá conta. Olhe bem para você. Ha quanto tempo está comendo este único
caju. Eu já biquei dezenas deles, além das dezenas de goiabas, laranjas,
pêssegos e abates que papei só neste dia. Escarneceu o Pássaro Vermelho.
−Qual deles é mais gostoso? Desafiou o
amigo Curió com a intenção de conscientiza-lo.
−Como já te disse, é tudo a mesma coisa.
Pintou no pedaço, ta no papo! Zombou mais um vez o Pássaro Vermelho fazendo
transparecer um certo sentimento de vingança. Parecia querer agredir o mundo com
esta postura usurpadora.
−Cuidado para não comer uma fruta
estragada. Aliás, é só isto que você sabe fazer com cada uma delas – estraga-las.
Coitadas... Se elas, pelo menos, pudessem se defender de você... Vejo que você
não possui nenhuma responsabilidade ecológica. Criticou o Curió.
−Responsabilidade ecológica... Que papo
mais antigo! O bom mesmo é aproveitar a vida. Completou o Pássaro Vermelho
rejeitando claramente as críticas do Curió.
−E desde quando quem tem
responsabilidade não aproveita a vida? Parece que seus conceitos estão meio
confusos, não acha? Interpelou o Curió.
−Esse papo ta careta demais! Tô fora do
pedaço! O Pássaro Vermelho foi saindo, mas antes que levantasse voo o Curió lhe
alertou:.
−Dizem que tem um bicho chamado homem
que está se comportando assim como você. Dizem, inclusive, que antes dele se
tornar a vítima fatal do próprio comportamento inconsequente, nós seremos as
primeiras vítimas.
−Então é melhor aproveitar mais ainda a
vida. Finalizou com ironia o Pássaro Vermelho.
O tempo passou e chegou um inverno
diferente de todos os invernos anteriores. A escassez era grande e já não havia
mais alimento para todos. Milhares de animais morriam, dia após dia, e o
desespero tomava conta de todos. A fartura só existia na lembrança,
principalmente, daqueles que esbanjaram sem aprender a economizar e valorizar o
alimento. Debaixo de uma árvore seca, fincada sobre um solo árido e quebradiço,
estava o Pássaro Vermelho, moribundo e irreconhecível, pedindo a todos pássaros
que passavam uma migalha de alimento. Passando por ali, o Curió reconheceu o amigo, mas depois de checar,
minuciosamente, se era ele mesmo, se deu conta de que deveria estar enganado.
Olhou para suas penas que já não eram as mesmas e para o seu olhar ofuscado,
pensando:
−Não!.. Este não pode ser o pássaro
vermelho... Este olhar triste e frágil não tem nada haver com aquele olhar
arrogante.
Antes que partisse, ouviu uma voz
trêmula e abafada suplicando:
−Não conhece mais os amigos? Por favor,
me dê um minuto de atenção.
−Amigos? Eu não te conheço. Justificou o
Curió.
−Será que fiquei tão irreconhecível
assim? Sou o Pássaro Vermelho.
−O que aconteceu com você? Perguntou
assustado o Curió.
−Tudo aquilo que você previu um dia e eu
não acreditei. Estou morrendo e não consigo caçar uma única fruta para matar a
minha fome. Respondeu pesarosamente e com uma verdadeira expressão de
arrependimento.
−Mas, você se dizia um excelente
caçador. O que fez com que você perdesse a sua habilidade para caçar as dezenas
de frutas que caçava anteriormente num único dia? Indagou o Curió.
−Descobri, tardiamente, que nunca fui um
caçador. Não aprendi a procurar meu verdadeiro alimento e valoriza-lo como
deveria. Fui, na verdade, um esbanjador daquilo que a natureza me doava com
fartura. Será que você poderia me doar, agora, um pequeno pedaço desta fruta
preciosa que voce carrega consigo. Perguntou – Hoje, ela vale tanto quanto uma
mina de ouro – Lamentou o Pássaro Vermelho, expressando mais do que desejo, uma
nítida necessidade de se alimentar para matar a fome que poderia matar o seu
corpo.
−Esta fruta vale mais que uma mina de
ouro. Vale a minha vida e pode valer a sua, caso eu faça por você aquilo que
faltou você fazer por todas as frutas que desperdiçava. Corrigiu o Curió.
−Acho que desperdicei também a minha
vida deixando apodrecer dentro de mim o que eu possuía de mais valioso. Emendou
o Pássaro Vermelho.
−O que você possuía de mais valioso? Perguntou
curioso o sábio Curió.
−A minha capacidade de relacionar com
respeito com o outro e comigo mesmo. Respondeu o Pássaro Vermelho denotando
profundo discernimento.
−Parece que você aprendeu muita coisa
importante... Conjecturou o Curió.
−Espero que não seja tarde demais!
Lastimou-se o Pássaro Vermelho.
−Nunca é tarde quando temos coragem de
abrir mão de nossa vaidade e usar a nossa humildade como veículo para nos
conduzir rumo ao novo caminho que nos
aguarda. Não vou lhe dar um pedaço de minha fruta, mas vou lhe dar algo mais
precioso. Vou lhe ensinar a encontrar a fruta preciosa que matará a sua fome
trazendo a sua vida de volta. Proferiu o Curió com sabedoria querendo oferecer
o máximo de sua generosidade.
−Eu lhe agradeço, mas estou muito fraco,
não consigo mais voar. Justificou o Pássaro Vermelho com pesar.
−Nem sempre a melhor fruta está no topo
da árvore. Algumas estão no chão; são arrancadas pelo vento para que possam
nutrir aqueles que não podem voar alto. No topo das árvores existem também frutas
podres. Você sabe bem disto! Esclareceu o Curió.
−Você tem razão! Eu já ajudei a estragar
muitas delas. Admitiu o Pássaro Vermelho com ar de arrependimento.
−Você já se arrependeu e isto já basta!
Alimentar a culpa só vai ajudar a estragar ainda mais o resto de vida que você possui.
Vá, levante-se. Viva! Vá à busca de sua fruta. Tenho que ir, pois tenho uma
linda família para alimentar. Incentivou o Curió.
−Família? Deve ser bom ter uma família. Refletiu
o Pássaro Vermelho demonstrando total falta de conhecimento acerca desta
realidade que lhe faltava.
−Você pode ter uma também. Vá à luta e
lembre-se. “A família é como uma fruta. Só será saudável se a semente escolhida
for sadia, e por último, se tivermos com ela uma relação saudável. Família é
uma só, não dá para ficar descartando como se fosse um lixo. É necessário
recicla-la a cada dia com bons exemplos e sentimentos saudáveis”. Alertou o
Curió.
−Vá! Não se atrase por minha causa.
Obrigado pelo alimento que me deste hoje. Esta conversa me nutriu com o desejo
de seguir em frente. O velho Pássaro Vermelho precisava mesmo morrer. Agora
poderei renascer e sentir, finalmente, o sabor de cada fruta que eu encontrar
em meu caminho. Eu nunca soube distinguir o sabor de uma fruta. Maçãs,
laranjas, cajus, ameixas, enfim, todas elas possuíam para mim o mesmo sabor. Perdido
no desejo de nada perder, eu perdi a capacidade de apurar meu paladar e sentir
o verdadeiro sabor da vida e da fruta do prazer. Mas, não se preocupe, eu
aceito o desafio de encontrar o que jamais valorizei no passado. Vou usar,
sabiamente, o restinho de energia que me resta para realizar esta nova
conquista. Não desperdiçarei este valioso restinho de energia. Ainda me resta uma esperança. Só tenho a
agradecer! Obrigado por tudo! Agradeceu o Pássaro Vermelho se sentindo mais
forte para seguir em frente sem carregar em sua nova bagagem as véstias de
vítima ou vilão. Com uma bagagem mais leve, conseguiu abrir suas asas e tocar
carinhosamente nas asas do amigo lhe dando um afetuoso abraço. .
−Boa sorte! Finalizou o Curió denotando
uma grande alegria frente as mudanças do Pássaro Vermelho.
Os dois se despediram e seguiram em
frente; cada qual com a sua missão e
certos de que a sorte alcança quem a busca.
ESPAÇO DE REFLEXAO
Tem
certos ingredientes que somados à nossa sexualidade, além de enriquecê-la, poderão
se transformar em um fator decisivo para a nossa saúde bio-psíquica, evolução
pessoal e social. Dentre eles, quais fazem parte de sua receita sexual?
( ) Respeito
( ) Responsabilidade
( ) Entrega
( ) Desejo
( ) Prazer
( ) Afetividade
( )Amor
( ) Compromisso
( ) Criatividade
( )Carinho
( )Tranquilidade
( ) Informação
( ) Auto-conhecimento
( ) Conhecimento do parceiro
( )Liberdade
( )Flexibilidade