DIZEM QUE TRISTEZA
DÓI
PRA MIM É PRAZER QUE
CORRÓI
DIZEM QUE ALEGRIA
ENCANTA
MEU MEDO ELA NÃO
ESPANTA
MEU STRESS DÁ STATUS
MEU STATUS, MAL ESTAR
SÓ NÃO SURTO PRA
SOFRER MAIS
A LOUCURA É O MEU
CAIS
SE CURO, FICO DOENTE
SE ADOEÇO ME SINTO
CURADO
MORRER É SEMPRE UM
ESTÍMULO
VIVER SÓ SE FOR
ACUADO
O DIFÍCIL PRA MIM É
TÃO FÁCIL
O FÁCIL TÃO
COMPLICADO
SÓ QUERO O QUE NÃO
POSSO
SE POSSO ME DESTROÇO
CIÚME PRA MIM É AMOR
AMOR, PAPO FURADO
ME MOVO COM
ADRENALINA
RELAXO E ME SINTO
CULPADO
NEURA NÃO ME ABANDONE
A CUCA SEM TI ESVAZIA
NO CORAÇÃO INFUNDE
O PRAZER DA
TAQUICARDIA
O NÓ DA NEGATIVIDADE
Vicentina
tinha sempre uma visão embaçada da vida. Nunca conseguiu ver o mundo com
clareza. Suas lentes ampliavam os problemas e ofuscavam as possibilidades. Seu
discurso sempre vinha acompanhado de um “mas...” Nunca conseguia elogiar alguém
ou alguma situação vivenciada. Se
viajava para um paraíso, tinha sempre um comentário repleto de reticências : “O
lugar é lindo, mas...” Seus elogios eram sempre os mesmos: “Ela é uma pessoa
linda, mas...” E assim, enumerava uma série de defeitos intermináveis para
todos e para tudo. Nunca acreditava que um projeto pudesse dar certo, desde os
mais banais passatempos até os projetos profissionais mais importantes. Se
marcasse um passeio para o final de semana, pensava sempre em todos os
imprevistos que pudessem atrapalha-lo. Diante de tantos problemas fantasiados,
acabava, muitas vezes, desistindo de muitos programas e projetos valiosos. Quando
alguém lhe contava, entusiasticamente, um projeto de vida, oferecia de volta um
sorriso meio torto e todas as possibilidades do projeto não vir a ter êxito.
Ela adorava dizer: “Ainda bem que eu consegui fazê-lo enxergar que isso não ia
dar certo...” Coitado de quem procurava Vicentina para compartilhar os seus sonhos!
O maior
prazer de Vicentina era acompanhar os noticiários mais macabros da TV e dos
jornais. Adorava também, reclamar da vida. Não entendia porque as coisas não
davam certo em sua vida. Na verdade, não
é que as coisas não dessem certo; a sua forma de encara-las é que estava
errada. E, tomada por tanto pessimismo, dificilmente atrairia bons fluidos para
si mesma. Se tinha uma dor, imaginava sempre a pior doença. Se sentisse saudável,
imaginava todas as doenças assintomáticas que pudessem acometê-la. Desconfiava
de tudo e de todos, pois imaginava sempre uma intenção ruim por detrás de todas
as situações e de todas as pessoas.
Vicentina
procurou a terapia como um muro para suas lamentações. Quando este muro foi
demolido, fazendo com que pudesse enxergar além do seu pessimismo, Vicentina interrompeu
seu processo terapêutico. Estava viciada na sua negatividade e sem desejos de
enfrentar e superar o seu vício. Todos os recursos terapêuticos capazes de
ajuda-la eram vistos com descrédito ou algum empecilho era sempre criado para
afasta-la da possibilidade de coloca-los em prática em sua vida.
E assim,
Vicentina vive a vida, ao lado de um marido exatamente igual a ela. Os dois
parecem se sentir nutridos, pois retroalimentam a doença do outro. Parece que o
maior passatempo deles, é contar as possíveis desgraças que os espreitam. O mais
interessante nesta história é que não consigo ver infelicidade em Vicentina;
vejo, por outro lado, um gigantesco prazer em estimular a sua dor.
O mundo está repleto de Vicentinas. Até o grande
mestre Jesus Cristo nos alertou para o olhar das Vicentinas que moram dentro e
fora de cada um de nós: “A lâmpada do
corpo é o olho. Portanto, se o teu olho estiver são, todo o teu corpo ficará
iluminado; mas se o teu olho estiver doente, todo o teu corpo ficará escuro.
Pois se a luz que há em ti são trevas, quão grande serão as trevas”.
Tomar cuidado com a nossa sombra é um processo de
vigília muito importante. Criar uma mente e um corpo saudável não é uma tarefa
fácil para quem se alimenta todos os dias com a tempestade de noticiários ruins
veiculados pela TV, pelos jornais, enfim por todos os meios de comunicação. Até
mesmo as nossas famosas novelas, tão apreciadas pela grande massa da população,
sempre exaltam o lado mais negativo do ser humano. Os personagens psicopatas,
sejam das novelas ou dos nossos jornais e revistas, dão muito mais ibope do que
as sábias e saudáveis personalidades. Da mesma forma que Vicentina e seu marido
se retroalimentam, se há negatividade em abundância dentro de nós, esta
negatividade será retroalimentada por estas programações negativas. Sentiremos o mesmo prazer que Vicentina sente com a sua
dor diante da exposição a estes estímulos negativos. Será que você, assim como
Vicentina, estará disposta a abrir mão destas situações negativas que alimentam
a sua sombra? Será que você já se encontra demasiadamente identificada com suas energias negativas? Muitas vezes, criamos uma identificação maior com nossa sombra do que com o nosso lado luz? É sempre importante pensar: O que ganho mantendo a minha identificação com meu lado sombra? O que perco sendo uma pessoa iluminada? Há quem necessite da negatividade para sentir-se importante e obter atenção. Ser a vítima de tragédias ou uma pessoa doente faz com que muitas pessoas se sintam o centro das atenções.
Precisamos aprender também a nos defender da negatividade das Vicentinas que nos rodeiam. Quando não for possível se afastar delas, precisamos desenvolver mecanismos de autodefesa. Além de existirem algumas técnicas de limpeza energética a serem efetuadas antes e após o contato com estas pessoas, é sempre fundamental manter a vigilância para não cair na rede dramática criada por elas. Assista o drama delas sem se tornar personagem deste drama.
Precisamos aprender também a nos defender da negatividade das Vicentinas que nos rodeiam. Quando não for possível se afastar delas, precisamos desenvolver mecanismos de autodefesa. Além de existirem algumas técnicas de limpeza energética a serem efetuadas antes e após o contato com estas pessoas, é sempre fundamental manter a vigilância para não cair na rede dramática criada por elas. Assista o drama delas sem se tornar personagem deste drama.
Criamos um campo energético negativo dentro e fora de
nós. Quando este campo é muito intenso, atraímos as energias que vibram na
mesma frequência, ou seja, atrairemos pessoas e situações negativas e sentiremos,
mesmo sem a nossa consciência, uma necessidade mórbida de sermos nutridos por
estas cargas negativas. Mudar o nosso foco e curar o nosso olhar será sempre o
nosso maior desafio. Apesar de toda negatividade a que estamos expostos, há, na
mesma proporção, muita energia positiva. Estamos mais propensos a acreditar que
esta energia boa existe numa proporção mínima, pelo fato de estarmos expostos a
um altíssimo nível de estímulos negativos.
O vício na negatividade cria em nós vários processos
de auto sabotagem. Assim como Vicentina, sabotamos qualquer possibilidade de
fazermos a vida dar certo conectando com as coisas erradas. Buscamos e mantemos
relacionamentos que nos fazem sofrer, sejam estes com pessoas ou com situações específicas da
vida, tais como trabalhos, profissões, etc. Muitas vezes, mantemos um relacionamento doentio com a
gente mesmo. Insistimos em focar em nossos defeitos, limitações e fracassos,
mesmo tendo uma rede de virtudes, possibilidades e conquistas emaranhadas em
nosso ser.
Saber ver e conectar faz parte de nosso processo
evolutivo. No entanto, não aprendemos ainda a ver com os olhos, imagine com a
nossa alma. Ampliamos infinitamente a nossa visão quando enxergamos com o nosso
3º olho ou com a nossa alma. Transcendemos a cegueira ou visão embaçada quando
jogamos luz na escuridão ou quando faxinamos a sujeira que nos impede enxergar.
Se vejo beleza em mim, sou capaz de ver no outro. Curo, neste processo, a minha
inveja. Se vejo possibilidades em mim, sou capaz de ver no outro e no mundo,
pois o mundo é uma extensão daquilo que somos. Curamos, neste processo, a nossa
desilusão. E assim vai... Sentimentos
bons curam qualquer sentimento ruim. Sentimentos ruins adoecem os bons
sentimentos. Se um pode detonar o outro, como funciona esta matemática? Qual
deles prevalece? Prevalece a energia que existe em maior proporção dentro da
gente. Assim, vence a energia alimentada por nós. Infelizmente, nem sempre
alimentamos o que existe de melhor dentro e fora da gente. Matamos de fome
muita coisa boa. Então, como poderemos alimentar as nossas energias?
Quando o nosso campo energético é saudável, não
sentiremos prazer em conectar com as negatividades que nos são apresentadas no
nosso dia a dia. A saúde é o resultado de uma interação positiva com a vida.
Mas, será que a saúde é uma base importante para os interesses de mercado? Será
que a indústria farmacêutica investiria na saúde e portanto, na veiculação de
mensagens positivas? Será que precisaríamos de ansiolíticos e antidepressivos
se o nosso campo energético fosse saudável? Como a indústria farmacêutica sobreviveria
sem as nossas doenças? A nossa doença é de grande interesse para o mercado. Assim,
é mais interessante que este mercado nos repasse informações negativas para
estimular em nós aquilo que possa enriquecê-lo: a nossa doença.
Fazer com que nos sintamos mal com a nossa imagem
é outra forma de favorecer um outro mercado; o horripilante mercado da beleza. Recebemos imagens de
beleza inalcançáveis para que possamos nos frustrar bastante com a nossa imagem
real. E, por detrás de todas as propagandas há sempre uma mensagem subliminar
dizendo: “Você só será amada, desejada e uma pessoa de êxito se for parecida
como a linda imagem que estamos vendendo”. Assim, compramos todos os produtos
de beleza que possam nos transformar naquela imagem idealizada. No entanto,
esta imagem foi construída em moldes especiais para não ser jamais alcançada. A
única coisa que alcançamos são níveis de ansiedade e frustração significativos
que nos fazem comprar as pílulas da felicidade, da tranquilidade e da beleza. O tempo todo somos bombardeados com mensagens
subliminares dizendo: “Você não é tão bom quando deveria”. Passamos a criar um
campo de insatisfação que fortalece a nossa negatividade, criando um ciclo vicioso
que não cessa. Só o alcance de uma consciência mais elevada poderá nos livrar
deste ciclo. No entanto, somos estimulados a desenvolver a consciência de mercado. Nos fantasiamos de
senhores para ludibriar as nossas angústias mais profundas, mas somos, na
verdade, escravos de um sistema que
finge estar do nosso lado.
Muita gente prefere dizer que é realista ao invés de
pessimista. Realismo e pessimismo são duas coisas bem diferentes. Ser realista
é ser consciente da realidade e dos fatos em si. Ao realismo, posso agregar o pessimismo ou o
otimismo. Vou dar um exemplo para
ilustrar esta questão. Ter que estudar muito e o acesso a alguns títulos é um
fato incontestável para quem deseja passar num concurso que ofereça um cargo de
alto salário. Em que parâmetros se baseariam cada discurso? Um discurso realista
proporia: “Preciso de todos os títulos
solicitados e de muitas horas de estudo, dentre outras habilidades, para passar
no concurso”. A esta realidade posso agregar o meu pessimismo: “Tenho todos os
títulos, gosto de estudar, mas não sou capaz; as outras pessoas são melhores do
que eu; não tenho sorte; nunca vou passar...” Posso agregar o meu otimismo: “Sou
uma pessoa capaz e disciplinada. Tenho todos requisitos e títulos solicitados. Tenho ótimas chances de passar neste concurso. Estudarei
muito e colocarei nele toda a minha energia. Certamente, vencerei esta batalha”. Posso agregar também,
a esta realidade, as minhas ilusões e fantasias imaturas: “Eu não tenho os títulos solicitados, os requisitos
necessários e nem mesmo energia e desejo de estudar o suficiente. Mas isto não
importa; o segredo é : Atraímos tudo aquilo que desejamos e eu simplesmente
desejo passar neste concurso. Este cargo, com certeza, é meu”.
Se deseja criar um campo de energia saudável, agregue não
só otimismo à sua realidade, mas
também, disciplina, entusiasmo,
sabedoria e força de vontade. O desejo que atrai a realidade que você almeja
viver não pode estar vinculado apenas ao prazer, mas também ao compromisso, à inteligência
e à maturidade.
A criança é
sempre mais positiva. À medida que vai crescendo, vai se impregnando de
mensagens negativas repassadas pela família , pelas nossa instituições
educativas, religiosas e socioculturais. Cada qual querendo fazer a criança
enxergar a seu modo. A este condicionamento, muitos dão o nome de educação. À
nossa criança é ensinado coisas do tipo:
·
Ninguém é bom o
suficiente, por isso desconfie de todos
·
Voce acertou
praticamente tudo, mas esse erro não precisava ter acontecido
·
8 é uma boa nota,
mas 10 é bem melhor. Voce não vai conseguir nada se não for 100% em tudo
·
Voce perdeu
algumas estrelinhas este mês. Assim , não vai brilhar.
·
Só tem violência
neste mundo.
·
Deus vai te
castigar
E, por aí vai... Nossa criança vai sendo violada com um
discurso adulto recheado de negatividade. À realidade infantil, precisamos
acrescentar otimismo e positividade. Precisamos, sobretudo, agregar uma
educação libertadora que preserve e valorize o seu olhar.
Muitas crianças são educadas por pessoas e por um ambiente extremamente negativo. As bases da personalidade desta criança repousam sobre estas energias perversas. O estímulo repetitivo da negatividade gera um automatismo negativo. Este ser aprende a reagir sempre de forma negativa a todas as situações da vida. Para tocar um pouquinho mais na criança que existe dentro de ti, saboreie agora a história abaixo.
Muitas crianças são educadas por pessoas e por um ambiente extremamente negativo. As bases da personalidade desta criança repousam sobre estas energias perversas. O estímulo repetitivo da negatividade gera um automatismo negativo. Este ser aprende a reagir sempre de forma negativa a todas as situações da vida. Para tocar um pouquinho mais na criança que existe dentro de ti, saboreie agora a história abaixo.
O Anjo do
Jardim
Duca era um anjinho muito especial que ganhou de
presente um lindo jardim para cuidar. Dizem que quando ganhamos uma nova vida,
ganhamos também um presente bem especial, que possa agradar bastante a nossa
alma e deixa-la entusiasmada para viver esta nova experiência.
Deus deu para Duca um jardim repleto de flores de
todas as espécies, bem como o poder de entender a linguagem de todas elas. Na
sua vida antiga, Duca era um rapaz que vendia flores pelas ruas de uma grande cidade.
Vagava pelas ruas agitadas e poluídas, oferecendo a todos o encanto das lindas
rosas que vendia. Duca adorava ver o brilho no olhar de quem era presenteado com suas flores especiais. Podia sentir , mais do que o aroma delas, a
essência do amor exalando um ar de felicidade no coração de todas as pessoas
que recebiam suas rosas. Assim como conseguia sentir e decifrar a essência de
todos os sentimentos bons que brotavam no coração das pessoas naquele momento
especial, Duca sentia uma enorme vontade de compreender o sentimento das rosas
que vendia. O que estariam elas sentindo? O que pensavam? Será que gostavam de
estar ali; será que prefeririam viver no
jardim onde nasceram? Infelizmente, Duca teve que passar a sua vida toda sem
ter estas respostas e viver com esta frustrante dúvida. O seu maior desejo
era compreender a linguagem das flores, mas nem sempre todos os nossos desejos
podem ser satisfeitos.
Deus adora nos presentear com aquilo que mais amamos.
Ele sabe, mais do que ninguém, nos dar o presente certo, na hora certa. Inicialmente,
despertou em Duca o grande desejo de compreender a linguagem das flores.
Munido deste desejo, finalmente, deu a ele não só a capacidade de entender
e compreender tudo que as flores diziam
e sentiam, bem como, um jardim repleto de todas as espécies de flores do
universo. Este era, naquele momento existencial, o melhor presente que Duca
poderia receber; ele estava muito feliz e grato pelo mesmo. Agora, poderia ir
muito além. A sua relação com as flores seria bem diferente do que estava
acostumado. Além de decifrar a sua linguagem, tinha o importante ofício de
cuidar de todas elas.
Apesar de toda dádiva recebida, existia ainda algumas
limitações; talvez para despertar em Duca outros desejos que pudessem ser realizados
no momento certo. Ele não podia ser visto e nem ouvido pelas flores que
cuidava. Embora não estivesse ainda apto a receber este novo presente, estava
satisfeito com a dádiva que lhe fora oferecida. Duca era um ser muito sábio; ao
invés de lamentar o que não tinha, sabia agradecer e usufruir , ao máximo, as
dádivas que recebia. Ao nascer para esta nova vida, Duca também se esqueceu de
todas as experiências vividas na vida anterior. Vivia profundamente sua
experiência nova sem questionar muito o porque de estar ali. Só sabia que amava
intensamente o seu jardim e o seu ofício.
Como fora um vendedor de rosas em sua vida passada,
adorava ouvir os bate papos de algumas roseiras de seu jardim. Sentava ao lado
delas e ficava horas ouvindo as conversas daquelas flores que lhe provocavam um
sentimento diferente. Amava todas as flores de seu jardim, mas não conseguia
entender porque tinha sempre mais interesse em ouvir as conversas das roseiras.
Tudo tem uma explicação, mas naquele momento não cabia a Duca decifrar este
enigma; cabia ao mesmo, apenas viver intensamente o presente que lhe fora
ofertado. Sendo assim, o anjinho sapiente não desperdiçou nem um minuto deste
prazer.
No jardim de Duca, existiam roseiras cujas rosas nunca
tivemos a oportunidade de ver por aqui. Além das roseiras que já conhecemos,
Duca tinha roseiras que geravam rosas azuis, verdes, pretas, cinzas, douradas,
prateadas e até mesmo com todas as cores do arco-íris juntas. Todas as suas
roseiras eram batizadas com um nome que se parecesse bastante com elas. Na vida
passada, quando vendia rosas, Duca gostava de pintar as rosas brancas com estas
cores. Gostava de brincar de Deus, ou seja, de criar rosas que não existiam por
aqui. As rosas azuis eram as que ele mais gostava de criar. As cinzas, lhe
traziam uma certa melancolia, mas mesmo assim, ele se dava ao trabalho de
cria-las, pois além de existir algumas pessoas que se interessavam por elas,
tinha um lado seu, embora obscuro, que tinha uma predileção especial por elas.
Tinha duas roseiras no jardim deste anjinho, que o
deixava sempre muito intrigado. Ele ficava impressionado com a sabedoria de uma
e a ignorância da outra. Assim como Duca recebeu a dádiva de entender a
linguagem das flores, você também receberá, neste momento, esta dádiva. Ouça
bem o que as duas roseiras do jardim estavam conversando. Se Deus lhe deu, agora,
o poder de ter acesso ao conteúdo desta conversa, provavelmente, alguma coisa
boa você pode aprender com ela. Pode ser que você esteja também recebendo este
presentinho de Deus. Portanto,
atente-se:
_ Por que você está com esta cara tão boa hoje? Aliás,
você está sempre com uma cara de satisfeita... Não consigo lhe entender!
Perguntou Cinzinha, uma roseira de rosas cinzas.
_Porque eu não haveria de estar? O dia está lindo e a
primavera está chegando. Respondeu Zul, a roseira de rosas azuis.
_Se você reparar bem, tem uma nuvem cinza no céu.
Daqui a pouco, ela pode ficar preta e uma tempestade horrível cair sobre nós.
Alertou Cinzinha.
_Ah, é apenas uma nuvenzinha bebê! Acho que ela não
tem este poder todo, não... Precisa crescer muito para gerar a força de uma
tempestade. O céu está todo azul, assim como as rosas que desabrocharão em mim
na primavera que está tão próxima. Já consigo sentir a energia dela, embora eu
goste muito também do inverno. Vou até sentir saudades dele quando ele partir.
Mas, sei que ele volta todos os anos e a expectativa de sua chegada traz
desejos bons dentro da gente. Ponderou Zul com alegria.
_Só se for dentro de você, porque em mim só traz
arrepios. Detesto este frio todo! Falou Cinzinha com sua face enrugada e
encolhendo suas folhinhas como se estivesse se protegendo.
_Mas, é no inverno que nos interiorizamos para
produzir com afinco o que vamos parir na primavera; nossas mais lindas rosas. Alegou
Zul.
_Lindas! Só se for as suas. A gente nem sempre tem o
poder de parir as melhores rosas deste jardim. Confesso que fico, muitas vezes,
bem decepcionada com algumas rosas que desabrocham em mim. Reclamou Cinzinha
denotando ares de muita insatisfação.
_Pois, eu fico sempre muito satisfeita com as minhas
rosas. Elas são fruto do que eu pude dar de melhor em mim. É a representação
genuína de minha energia; na verdade, a materialização de minha própria
energia.
Antes que pudesse continuar falando, foi interrompida
por Cinzinha.
_Você é muito ingênua mesmo! Tudo você acha lindo!
Precisa ser mais realista. Você pode até não gostar do que eu vou lhe falar,
mas acho que você está precisando de um toque de realidade. Você gera muita
rosa feia e de baixíssima qualidade. Expressou, Cinzinha, seu ponto de vista
exalando muita arrogância e agressividade.
Nem este comentário desagradável de Cinzinha teve o
poder de abalar Zul. Pelo contrário, a roseira se reergueu ainda mais e com ar
de realeza interpelou a amiga.
_Tudo bem! Este é o seu ponto de vista e precisa ser
respeitado. No entanto, jamais verei com seus olhos. Tenho os meus olhos vivos
e cheio de luz. É com meus olhos que gosto de ver a vida e tudo que faço. Fui agraciada por Deus com olhos de luz, não
preciso do olhar de ninguém para enxergar profundamente a vida. Pegar
emprestado o olhar do outro para ver o que seu próprio olhar pode ver, é tornar-se
cego mesmo tendo a dádiva da visão. Para mim, você não vê o mundo de forma
realista. Vê de forma pessimista. Procura o feio e a negatividade em tudo. Eu,
por outro lado, procuro rechear o meu bolo com otimismo. Argumentou Zul.
_Já vem você falando em metáforas... Discordo de você e
não entendi o que quis dizer com esta história de bolo. Dá para explicar melhor?
Solicitou Cinzinha com escárnio.
_Pois não! A realidade é o bolo. O bolo pode ficar
mais gostoso e bonito se o rechearmos com otimismo. Podemos também estragar
nosso bolo se o rechearmos com este pessimismo que você produz com tanta
abundância dentro de ti. Alertou Zul com doçura para não ferir a amiga com suas
palavras.
_Você está querendo me dizer que sou um bolo
estragado? Perguntou Cinzinha com indignação.
_De jeito nenhum! Você é vida e a vida é o bolo. Você
tem o poder de recheá-lo como quiser. Talvez, precise aprender alguma receitas novas.
_Pois saiba, que estou muito satisfeita com as minhas
receitas. E, não me interesso nem um pouco pelas suas. Como você mesma disse,
não desejo ver o mundo com seus olhos. Impugnou Cinzinha.
_Tudo bem! Procure apenas ficar alerta para uma coisa.
Atentou Zul.
_Já vem você com suas alertas idiotas! Você está
sempre me alertando para as coisas boas ao nosso redor. Não precisamos de
alerta para as coisas boas. Precisamos nos alertar para as coisas ruins, pois
só elas podem nos causar danos. Contestou Cinzinha.
_Verdade! Mas a ausência de coisas boas na vida nos
causam também danos irreparáveis. Por isso, é preciso enxergar. Só temos aquilo
que enxergamos. Só teremos coisas boas se pudermos enxerga-las.
Foi mais uma vez interrompida por Cinzinha que
expressou-se com arrogância:
_Chega de papo furado! Mas...Qual era mesmo a alerta
que você quis me dizer? Perguntou Cinzinha querendo denotar desinteresse,
embora estivesse interessadíssima no assunto.
_Quer mesmo saber? Perguntou Zul.
_Quero sim. Embora eu saiba de antemão, que não me
interessarei por este assunto; sou, no máximo, curiosa. Diga!
Zul deu um sorriso singelo procurando palavras que
pudessem mostrar para Cinzinha aquilo que ela se negava enxergar.
_Veja sempre com seus olhos, mas certifique-se se a
tua visão não está sendo prejudicada por alguma lente muito escura, suja ou embaçada que você possa estar usando
sem perceber. Aliás, tem muitos seres que colocam em nós estas lentes.
Geralmente fazem isto quando estamos dormindo. Sem perceber, passamos a
enxergar o mundo do jeito que eles querem, achando que estamos vendo o mundo
com os nossos olhos.
Cinzinha calou-se e ficou pensativa. Pela primeira vez
não retrucou a amiga. Conseguiu fazer uma coisa que não estava acostumada;
conseguiu refletir. A sua reflexão trouxe clareza. Parece que a reflexão é uma
boa flanela para desembaçar e tirar a poeira de nossas lentes.
O tempo passou
trazendo a primavera e todas as outras estações. Pela primeira vez, alguma coisa diferente parecia estar acontecendo com Cinzinha; ela não
reclamava tanto mais. Aliás, a cada estação, trocava não só ideias, mas muita
energia com Zul. Parece que estas trocas foram deixando Cinzinha diferente. Ela
foi ficando cada vez mais bonita e tornou-se capaz de admirar todas as rosas
que produzia. Nunca mais os pulgões e pragas acolheram-se em suas folhas. De
repente, deixou de ser uma morada especial para os mesmos. Ela que vivia
doente, agora estava sempre viçosa.
Os problemas e dificuldades não deixaram de existir
para Zul e Cinzinha que se tornaram duas almas gêmeas. Apenas, a forma de
encara-los e enfrenta-los é que mudou
radicalmente. E, isto fazia toda a diferença.
Daquela união cada vez mais forte , nasceu entre elas
uma roseirinha bebê. Quando as rosas desta roseira desabrocharam pela primeira
vez, encantaram os olhos do mundo. Eram rosas muito diferentes, de uma
tonalidade distinta; um cinza azulado ou para quem preferir, um azul meio
acinzentado. Dizem que o perfume destas rosas estimulava o nosso terceiro olho,
o nosso ajna chakra, um centro poderoso de energia presente em todos nós.
Quanto a Duca, viveu ali muitos anos, feliz de poder
ser o anjo das flores. Descobriu que as rosas preferem viver nas roseiras do
que em buquês. Mas, descobriu também que elas não se importam de serem colhidas
para uma boa causa. Quando um problema
mais sério surgia para elas, Duca dava sempre a sua mãozinha angelical e as
coisas acabam sempre ficando mais fáceis. É por isso que Zul e Cinzinha sempre
falava para sua filhinha:
_Quando as coisas parecerem muito difíceis e
complicadas, pede para seu anjinho que ele dá um jeito.
ESPAÇO DE REFLEXÃO
Para eliminar a negatividade, precisamos aprender a
refletir e eliminar a nossa tendência viciosa a reclamar e lamentar os fatos.
Saber tirar proveito de todas as nossas vivências, por mais dolorosas que
sejam, é um ato de sabedoria que
favorece a nossa evolução pessoal.
Reflita, agora, acerca de uma situação dolorosa para
que você possa cessar o seu ciclo de perdas e ganhar alguma coisa com ela.
Faça uma perguntinha simples e básica para si mesmo:
“O que eu
descobri e aprendi com esta experiência?”
Todas as vezes que descobrimos e aprendemos
algo, estamos agregando valores à nossa vida. Evoluímos.
DESAFIO
No final do dia de hoje, agregue à sua realidade doses
de otimismo. Procure perceber as mudanças que este ingrediente produz no dia
vivido.
Depois disto, faça o mesmo procedimento no início de
cada novo dia a ser vivido por ti. Comece cada dia dizendo: Este dia vai ser muito especial. Aprenderei
muita coisa boa com ele e ensinarei muita coisa boa a todos que compartilharem
este dia comigo.
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